CONHEÇA OS TEMAS DE NOSSOS PROGRAMAS


Musicaos 1 - André Christovam (blues nacional)
O mais ilustre representante do blues nacional, André Christovam, foi convidado para o primeiro programa Musicaos, de 2008, quando pudemos ouvir o primeiro e o último álbuns dele: Mandinga(1989) eBanzo(2002). Em ambos, André mistura a linguagem musical do blues com elementos rituais afro-brasileiros. Banzo, por exemplo, é um termo de origem africana que designa a tristeza que vem do fundo d’alma; sentimento nostálgico, de revolta, ironia e desolação que mais se aproxima do sentido e espírito do verdadeiro blues - negro por natureza. Música forte e de atitude é aqui, no Musicaos. (José Estevam Gava)        

Musicaos 2 - Agô! Cantos sagrados de Brasil e Cuba (música ritual)
Neste programa o ouvinte terá a oportunidade de ouvir e apreciar arranjos refinados e interpretações delicadas para cantos sagrados brasileiros e cubanos, ambos de raízes africanas. Os grupos Sambatá e Abaçaí promoveram esses encontros musicais inspirados na religião dos Orixás de Brasil e Cuba. Mais que religião: filosofia de vida que não vê separação entre as coisas do mundo e as entidades sutis que a tudo governam. Então, com licença de Exú, Oxossi, Oxum, Xangô, Oxaguian, Iemanjá, Ogum, Caboclos e Orixás Velhos: Agô! (José Estevam Gava)       

Musicaos 3 - New Age (música da Nova Era)
Você por certo já ouviu falar em música new age ou música da Nova Era, mas o que será isso? A definição da música new age não é simples, pois comporta inúmeras estéticas e intencionalidades. Essa música, por exemplo, coloca em ordem as energias do nosso corpo; integra-nos com o planeta Terra e o Cosmos; alimenta-nos e nos fortalece, colocando-nos em sintonia com poderosas ondas de energia vital que são as fontes de todo o bem e da beleza mais verdadeira e eterna. Fruto típico da pós-modernidade, a música new age congrega o antigo com o novo; o sagrado com as tecnologias mais avançadas; junta instrumentos ancestrais com samplerse processadores de som high tech. Musicalmente falando, a new age transpira simplicidade e delicadeza, restaurando um sentido de paz, ordem e equilíbrio há muito perdido. (José Estevam Gava)

Musicaos 4 - Sting visita o passado (música renascentista)
Neste programa especial o grande astro de pop-rock e chefe do lendário conjunto The Police troca os instrumentos elétricos por alaúdes e teorbas e interpreta canções de dois notáveis compositores ingleses do século XVI: John Dowland e Robert Johnson. Assim fazendo, Sting dá uma bela lição àqueles roqueiros de plantão que só têm ouvidos para o que é atual: a lição de que não devemos ter vergonha nem preconceito pelas coisas antigas. Afinal, o que é bom dura pra sempre. Sting em canções renascentistas: união mais que inusitada. Só aqui mesmo, no Musicaos. (José Estevam Gava)

Musicaos 5 - Os Mulheres Negras (novos rumos na MPB)
Mulheres negras? Na realidade, não. São apenas dois rapazes brancos: Maurício Pereira e André Abujamra, dois paulistanos que esbanjam competência musical e criatividade. O primeiro disco deles surgiu em 1988. Música e ciênciafoi recheado com letras irreverentes e muita tecnologia - samplers, sintetizadores e baterias eletrônicas, além de ruídos e sons de todo tipo, no melhor estilo concretista. Graças às novas tecnologias, os dois soavam como um conjunto completo e suas canções sempre tiveram paródias, citações de outras músicas e misturas de gêneros/estilos os mais diversos, tudo com muito bom humor. Cansado das tristezas de amor fracassado e dos lugares-comuns da canção de sucesso? Então, este Musicaos é feito sob medida p’ra você! (José Estevam Gava)        

Musicaos 6 - Madredeus (música portuguesa)
O grupo Madredeus surgiu em Lisboa, em 1985, e logo se tornou o conjunto musical português de maior projeção mundial – verdadeiro fenômeno musical do século XX. O grupo se apresentou várias vezes aqui no Brasil, com enorme sucesso e sempre com lotação esgotada. As canções do grupo também já foram temas de novelas e minisséries. Mesmo assim, as emissoras de rádio comerciais ignoraram o fenômeno, impedindo que canções originais e de excelente qualidade atingissem um público maior. Nestes tempos de endurecimento dos sentidos, ausência de poesia e baixa qualidade musical é, de fato, uma bênção poder ouvir a obra de Madredeus, tão profunda, sincera e... belíssima. A voz de Teresa Salgueiro, por sua vez, é e sempre será uma experiência inesquecível. (José Estevam Gava)        

Musicaos 7 - Clássicos alternativos (clássicos em novas roupagens)
Este Musicaos é muito especial, pois traz algumas peças do repertório antigo, romântico e impressionista sob novas roupagens; em arranjos que transgridem regras e rigores da música de concerto. Teremos, por exemplo, o versátil e irreverente pop-star Bob McFerrin, que canta e escandaliza em todas as alturas; teremos obras de Maurice Ravel tocadas com bandolins e sintetizadores e obras pianísticas de Erik Satie (o primeiro modernista da música) arranjadas para violão, samplere oboé. Os puristas que nos perdoem, mas... no fim acaba dando tudo certo. (José Estevam Gava)       

Musicaos 8 - Vozes da Antiga Grécia (música pré-cristã)
Neste programa os grupos Kyrilos, Petros Taburis e Ross Dali mostram como poderia ter sido a música na Antiguidade Clássica, isto é, nos séculos anteriores ao nascimento de Jesus Cristo. Baseados nos poucos fragmentos de notação musical que sobreviveram até hoje, esses músicos pesquisadores revelam a beleza austera contida em hinos pagãos e em textos musicados pelos poetas Eurípedes, Píndaro e Safo de Lesbos, além de danças muito antigas. Preciosidades que só o Musicaos tem. Aproveite! (José Estevam Gava)      

Musicaos 9 - Blackmore’s Night (pop-rock)
Depois de passar e deixar sua marca nos lendários conjuntos Deep Purple e Rainbow, em 1997 o rock starRitchie Blackmore convidou sua esposa Candice Night e com outros músicos formou o Blackmore’s Night. Amaciado pelo amor (e também provavelmente pela idade), Blackmore resolveu investir numa música de espírito renascentista com pitadas de new age, substrato rock and roll e presença de Ian Anderson (do lendário Jethro Tull) na flauta. Como resultado surgiu o álbum Shadow of the moon, que aqui ouviremos na íntegra. Ficou curioso p’ra saber o que tem feito esse seu antigo astro do rock? A cabeleira dele continua a mesma! (José Estevam Gava)        

Musicaos 10 - Assis Valente (raízes da MPB)
Impossível falar em samba sem passar pelo nome de Assis Valente, esse baiano nascido em 1911 que merece figurar entre os pilares da música brasileira. Assis Valente era protético de ofício; admirava a poesia de Castro Alves; era amigo de Heitor dos Prazeres; seus sambas foram cantados por Orlando Silva e tocados por Altamiro Carrilho. Assis era apaixonado por Carmem Miranda. Foi p’ra ela que ele compôs uma infinidade de excelentes sambas e marchinhas, inclusive natalinas e juninas cantadas até hoje. Assis Valente se suicidou em 1958 e, desde então, sua obra vem sendo relembrada e regravada com frequência, por nomes que vão de Chico Buarque e Maria Bethânia a Adriana Calcanhoto. Você gosta dessas cantoras? Bem, se verificar os créditos dos sambas lá estará o nome de Assis Valente, com toda a certeza. Talento de sobra para a nossa música. (José Estevam Gava)        

Musicaos 11 - Naná Vasconcelos (instrumental brasileiro)
Naná Vasconcelos é outro ilustre desconhecido no universo da música brasileira. Isso é até compreensível, pois o nome dele só aparece (quando aparece) em letrinhas pequenas nos créditos das gravações. Esse pernambucano filho de músico é especialista em instrumentos de percussão brasileiros, especialmente o berimbau (outro motivo p’ra ele não ser um astro pop). Iniciou carreira acompanhando Milton Nascimento, Egberto Gismonti e outros “grandes” da MPB (“música brasileira boa”). Graças a essas parcerias ilustres e muito talento, a fama de Naná correu mundo e desde então ele vive em trânsito, atuando com gente do calibre de B. B. King, Pat Matheny e Paul Simon. Compondo ou participando em trabalhos de cantores e cantoras, o repertório desse percussionista de fama internacional é permeado por danças nativas, jazz contemporâneo, pop, MPB, ancestralidade e novas tecnologias de produção sonora... Conheça Naná Vasconcelos. (José Estevam Gava)

Musicaos 12 - Elomar Figueira (toada nordestina)
Se misturar Heitor Villa Lobos, Castro Alves, Chopin, Guimarães Rosa, Graciliano Ramos, João Cabral de Melo Neto e tudo quanto é cantador de feira, mais as novenas de incelenças, puluxias, baião, xote, xaxado, e se a mistura for boa, bem mexida, então vai se saber poucamente quem é Elomar. Porque ele tem um pouco de tudo isso, mas não é isso. Só tem um algo que se equipara à música de Elomar hoje – ele mesmo. Não tem outro. E daí se explica porque às vezes se carece de tradução para saber do seu saber lírico: Com a mídia ocupada no fugaz, no trivial, a alternativa inteligente para o Brasil é um artista que seja raro, único, criador do belo e eterno. Porque eles passarão; Elomar, passarinho, ficará. É hora de descobrir o Brasil mais uma vez. É preciso que o Brasil revele seus tesouros culturais. Elomar é a cultura que nos cabe. Por uma questão de sobrevivência: sem cultura não temos alma, não somos nada. É hora de espalhar a alma brasileira pelos sertões, litorais e campos gerais, cerrados e praias, pampas e pantanais. (Dioclécio Luz)

Musicaos 13 - Grandes viagens do rock (rock clássico)
O programa de hoje é muito especial, pois destaca algumas grandes viagens do rock, músicas do repertório pop internacional todas elas lançadas no início da década de 70 e que fogem ao padrão comercial, pois são mais longas, divididas em partes bem distintas, variadas e ambiciosas, com muitos solos e improvisos. É música que dilui as fronteiras que normalmente existem entre música pop e de concerto. Neste programa, os protagonistas dessas grandes travessias sonoras são os guitarristas Jimi Hendrix e Jeff Beck; os grupos Eagles, Credence Clearwater Revival, Led Zeppelin e Yes. Só clássicos. Precisa dizer mais? (José Estevam Gava)

Musicaos 14 - Secos e Molhados (pop-rock nacional)
O conjunto Secos & Molhados foi criado pelo compositor João Ricardo, em 1971. Em sua fase inicial o grupo se apresentava discretamente em bares de São Paulo. Foi com a entrada de Ney Matogrosso que o grupo deslanchou de vez. Em 1973 saiu o primeiro disco, que em pouco tempo bateu todos os recordes de vendagem e de público, transformando o conjunto num dos maiores fenômenos musicais da época. Eles foram 100% inovadores. O canto e a atuação de Ney Matogrosso eram únicas, extravangantes e transgressoras, aprofundando a estética da androginia iniciada por Gilberto Gil e Caetano Veloso anos antes. Além disso, canções e poesias eram variadas e de ótima qualidade, incluindo letras de Cassiano Ricardo, Vinicius de Moraes e Fernando Pessoa. Por isso, o conjunto ficou na história como o evento musical mais importante e criativo depois da onda tropicalista de Gil e Caetano, de 1968. (José Estevam Gava)

Musicaos 15 - MPB4 (MPB)
Falar do conjunto MPB-4 é tão difícil quanto, por exemplo, falar de Chico Buarque ou... Jesus. Dizer mais o quê? A história da MPB, em toda a segunda metade do século XX, tem de necessariamente passar pelas vozes deles. A síntese do grupo se deu entre 1962 e 64, em plena ebulição de bossa nova e canção de protesto. Ou seja, foi quando a marca MPB surgiu p’ra designar música popular boa, inteligente, poética e consequente (e talvez por isso, nem tão popular assim). Mas, enfim, restou a marca distintiva para essa “música popular boa”. O MPB-4 gravou dezenas e dezenas de discos e sempre se destacou pelas parcerias com outros artistas. Com o Quarteto em Cy, por exemplo, sua versão feminina, foram cinco discos. Porta-vozes de excelentes canções, com excelentes arranjos, este é o MPB-4. A boa música brasileira deve muito a eles. (José Estevam Gava)

Musicaos 16 - Luiz Gonzaga volta p’ra curtir (baião)
Nosso convidado de hoje nasceu em 1912 no sertão de Pernambuco, aprendeu a tocar sanfona com o pai e foi o primeiro grande responsável pela disseminação da cultura musical nordestina por todo o país, por isso ficando imortalizado como o “rei do baião”. Aliás, foi ele, em parceria com o cearense Humberto Teixeira, que compôs a clássica Asa branca, hino máximo do retirante nordestino, aquele que deixa sua terra p’ra trás acuado pela seca implacável. Neste programa ouviremos um álbum gravado ao vivo, intitulado Luiz Gonzaga volta p’ra curtir. Nesse disco, além dos clássicos com sanfona, zabumba e triângulo, o Rei do Baião brinda o público com histórias e casos pitorescos vividos por ele, com bom humor e estilo 100% genuíno. (José Estevam Gava)

Musicaos 17 - Philip Glass (clássicos do século XX)
Nascido nos Estados Unidos, em 1937, Philip Glass se tornou mundialmente conhecido por uma forma de compor que utiliza repetições insistentes de intervalos e arpejos. Aparentemente simples, essas repetições são distribuídas entre as vozes com emprego de leves defasagens, resultando num gigantesco e polirrítmico caleidoscópio de sons, estonteante e encantatório, sempre diferente a cada nova audição. É com base nessa invenção que Philip Glass estrutura praticamente toda sua vasta obra, que, aliás, tem sido bastante utilizada em trilhas sonoras de filmes e artes cênicas. Mesmo que o compositor não concorde muito com o rótulo, sua música é normalmente rotulada de minimalista, pois traduz em linguagem sonora uma estética surgida nas artes plásticas de meados do século XX. Para este programa, escolhemos dois álbuns de Philip Glass bem representativos dessa estética mínima (mas bem complexa), construída por pequenos blocos sonoros intercambiáveis. (José Estevam Gava)

Musicaos 18 - Banda de Boca (novos rumos na MPB)
O conjunto Banda de Boca nasceu na Bahia, em 1999, e desde sempre foi formado por músicos-cantores que usam seus recursos vocais com excelência; no limite do que é possível cantar. Uma característica do Banda de Boca é a reprodução de sons dos mais variados instrumentos com a voz, inclusive instrumentos de percussão, como o triângulo. Os arranjos refinados e criativos são feitos pelo próprio grupo que inclui em seu repertório os mais variados ritmos e estilos musicais, brasileiros e universais. Honrarias e destaques não faltam à história do grupo, incluindo o Prêmio Caymmi de melhor álbum de MPB, “música popular boa” (!) de 2004. Padrinhos também não faltaram: Tom Zé, Caetano Veloso, Paulinho Moska etc. etc. Resta ouvir. (José Estevam Gava)

Musicaos 19 - Música da Grécia Antiga (música pré-cristã)
O programa de hoje volta à Antiga Grécia. Sim, época em que Jesus nem sonhava em aparecer por esta Terra. É bem difícil encontrar gravações com música tão antiga, mas elas existem. Hoje, por exemplo, teremos recriações do universo musical antigo feitas por Gregorio Paniagua e o conjunto Atrium Musicae de Madrid, trabalho gravado e editado na França em 1981. Esse músico se valeu das poucas e raras notações musicais que existem para recriar obras inteiras e nos dar uma ideia de como teria sido a música na Antiguidade Clássica, dos cinco séculos que antecederam o ano zero. O sistema de escrita musical era bem diferente do que é hoje, de modo que a decifração desses códigos constitui uma ciência à parte. Gregorio Paniagua lida com esses códigos e com a ausência deles de modo bem original e surpreendente, criando pontes sonoras entre o que é muito antigo e o que é muito moderno e às vezes faz isso de forma dolorosamente dissonante. (José Estevam Gava)

Musicaos 20 - Luis Salinas (instrumental argentino)
Luis Salinas nasceu em Monte Grande, interior da Argentina, e aos oito anos de idade, incentivado pelo pai, começou a tocar guitarra, vindo a se profissionalizar ainda bem jovem. Muito influenciado por vários estilos musicais, sobretudo pelo jazz e diversos ritmos latinos, Salinas desenvolveu um estilo peculiar baseado na mescla de violões e guitarras elétricas. Logo formou sua banda solo, passando a excursionar por muitas casas de show de Buenos Aires. A mais conhecida foi a Oliverlo, casa onde tocou com importantes músicos que estavam de passagem por Buenos Aires, tais como Al Di Meola, Joe Pass, Baden Powell e Hermeto Pascoal. Chamado a participar de inúmeros festivais de jazz como artista convidado, Salinas é bem reconhecido no meio musical, destacando-se pela multiplicidade de estilos e timbres que explora. Sua discografia contabiliza 14 discos, além de diversas participações em álbuns de renomados músicos. (Fagner de Moura)

Musicaos 21 - Bola Sete (bossa nova)
Neste programa o ouvinte terá oportunidade de apreciar a música de Djalma de Andrade ou, simplesmente, Bola Sete, músico e compositor reconhecido por sua extrema habilidade ao violão e à guitarra. Os anos de 1950 foram o auge na carreira de Bola Sete, período no qual ele rodou toda a América do Sul. Na década seguinte foi a vez da América do Norte, inclusive com concertos em Nova York. Lá ele fez carreira de considerável sucesso e por ali mesmo acabou ficando. Pouco conhecido do grande público, mas muito respeitado no meio musical, Bola Sete seguiu aprimorando sua técnica instrumental e gravando até os últimos momentos de sua vida, mesmo com a saúde fragilizada, pouco antes de falecer, em 1987. Muita música boa permanece escondida da gente. O talento de Bola Sete, por exemplo. (Franciany Dugonski)

Musicaos 22 - Músicas do mundo (música étnica)
Será possível imaginar ou se sentir num lugar exótico e ouvir apenas sua música tradicional, popular em essência, folclórica legítima? Existirá música para além do universo pré-formatado do pop-rock-mpb-funk-rap-sertanojo-sentimental-etc. convencional? Música completamente livre e alheia ao sistema produtivo da indústria do disco? Sim, existe e o ouvinte está convidado a conhecer um pouco dessas diferentes paisagens sonoras no programa de hoje. Caso esteja disposto, você será levado de um extremo da Terra para outro, embalado por sons que certamente lhe soarão como música de outros planetas, mesmo sendo daqui mesmo. Então, prepare as malas e os sentidos, tome acento e se deixe deliciar pelos mais inusitados sons musicais. (Franciany Dugonski) 

Musicaos 23 - Roberto Menescal (bossa nova)
O Musicaos de hoje homenageia os mais de 50 anos da bossa nova com um nome essencial: o guitarrista e compositor Roberto Menescal. Hoje ele é um ilustre desconhecido, mas foi ele quem definiu novas harmonias e um jeito realmente novo de tocar violão. Filho da classe média carioca, com boa formação e ouvidos atentos para o jazz, Menescal foi, entre 1957 e 1959, um dos inventores do samba moderno, também conhecido como samba-jazz, bossa-jazz ou, mais objetivamente, bossa nova. Dele ouviremos alguns clássicos inesquecíveis, hinos de jovens de bem com a vida, habitantes de Ipanema e Copacabana que sequer imaginavam o rebuliço geral que seria a década de 1960 e o que ela causaria a este país. Dentre outras canções, teremos O barquinhoNós e o marRio. Então, seja bem-vindo e aproveite essa paisagem de sol e mar... de barquinhos a navegar... (Franciany Dugonski)

Musicaos 24 - Momento jazz (clássicos do jazz) 
Este Musicaos traz uma seleção de clássicos do blues e do jazz. Estão na lista Miles Davis, Woody Herman, B. B. King, Chick Corea, Louis Armstrong, Lena Horne e outros artistas lendários desse universo musical. A propósito, falar de jazz e de blues é falar de praticamente a mesma coisa, já que as escalas e melodias jazzísticas vieram diretamente do blues. São elas que dão aquele sentimento meio indefinido, espécie de desolação elegante e contida, nem triste, nem alegre - mais para uma fina ironia - características e toques especiais que só o blues e jazz têm. (Elisa Chiarello) 

Musicaos 25 - Chiquinha Gonzaga (raízes da MPB)
O Musicaos de hoje traz uma das maiores compositoras e maestrinas do nosso Brasil: Chiquinha Gonzaga. Pioneira no ramo musical, ela também adentrou outros campos de atuação meio proibidos para as mulheres de sua época, causando escândalos. Chiquinha atuou no Rio de Janeiro do final do século XIX, período em que reinavam soberanos os tangos, valsas e polcas. A propósito, ela iniciou a vida de compositora bem cedo, aos 11 anos de idade, com a polca Atraente, cujo sucesso de público iniciaria os problemas. Uma menina compositora de danças de salão era, então, algo inédito e exigia muita coragem e determinação, coisas que não faltavam à talentosa Chiquinha Gonzaga. Estas são algumas páginas esquecidas de nossa história musical que o programa Musicaos de hoje cuidará de reabrir. Seja bem-vindo e aprecie o talento de Chiquinha. (Franciany Dugonski)

Musicaos 26 - Arnaldo Antunes (novos rumos na MPB)
O Musicaos de hoje traz o compositor Arnaldo Antunes. Influenciado pela poesia modernista, ele explora com originalidade e competência os temas mais variados, nada convencionais, por vezes estranhos, de ritmos livres que desafiam sentidos e regras gramaticais. Assim, se você espera ouvir música certinha, “eu te amo demais” e coisas assim, veiculadas pelas mídias comerciais, este programa não é o mais indicado, pois a ligação de Arnaldo Antunes com o rock e a liberdade de expressão definitivamente o afasta dos clichês sentimentais (que alívio!). A discografia dele é vasta: de 1984 para cá ele gravou sete discos (junto aos Titãs) e dez álbuns em carreira solo, além de compor canções com o grupo Tribalistas, formado em 2002 com Marisa Monte e Carlinhos Brown. Então, aproveite mais esta chance valiosa para limpar os ouvidos. (Franciany Dugonski)

Musicaos 27 - Movimento Armorial (música étnica)
Neste programa você vai se deliciar com as mais puras e belas músicas já criadas por aqui. Hoje, homenageamos o Nordeste brasileiro mostrando os principais representantes do Movimento Armorial. Essa corrente artística surgiu a partir da união de artistas e escritores da região Nordeste do Brasil em 1970, com o apoio da Universidade Federal de Pernambuco e da Prefeitura de Recife. O Movimento Armorial veio para criar arte brasileira refinada, única, de alto nível e bem ligada às tradições populares nordestinas. Os principais nomes do movimento foram Ariano Suassuna, Francisco Brennand, Raimundo Carrero e grupos artísticos como o Quinteto Armorial e o Balé Armorial do Nordeste. (Elisa Chiarello)

Musicaos 28 - Philip Glass II (clássicos do século XX)
O norte-americano Philip Glass é considerado o compositor mais influente de meados do século XX. Caracterizada como “minimalista”, em sua música as partes são repetidas continuamente, mas com pequenas mudanças em cada repetição. Neste Musicaos o ouvinte terá apenas uma longa composição de Philip Glass intitulada Music with changing parts– ou “música com partes que mudam”. A versão aqui escolhida dura aproximadamente uma hora, mas há versões mais longas, com duas horas ou até dias inteiros! Ouça com atenção, pois dificilmente outro programa de rádio vai ter a ousadia de tocar música assim. (Elisa Chiarello)

Musicaos 29 - Carmen Miranda (raízes da MPB)
O programa de hoje traz a pequena notável Carmen Miranda. Apesar de nascida em Portugal, Carmem representou o Brasil no exterior como nenhuma outra artista. Carmen era multimídia; cantava, dançava e atuava. Sua personagem de baiana apareceu em 1939, na comédia musical Banana terra, o mesmo filme que lançou Dorival Caymmi e sua tão conhecida O que é que a baiana tem?Essa baiana um tanto ridícula com aquelas frutas no chapéu representou o país no exterior, mas foi grande dor de cabeça para Carmem Miranda, que lutou a vida toda para se livrar do estereótipo. Como cantora do rádio, porém, Carmem foi imbatível. Para quem ainda não conhece essa pequena notável... chegou a hora. (Elisa Chiarello) 

Musicaos 30 - Agostinho dos Santos (grandes vozes da MPB)
Agostinho dos Santos talvez tenha sido a maior voz dos tempos da bossa nova. Sua atuação musical começou em 1950, à frente de orquestras e emissoras de rádio paulistanas. Seu primeiro disco veio em 1953, registrando voz firme e poderosa, mas doce e envolvente ao mesmo tempo - inesquecível. O maior sucesso de Agostinho dos Santos, Meu benzinho, aconteceu em 1956. A canção lhe rendeu o troféu Roquette Pinto e o primeiro dos quatro discos de ouro que o cantor receberia ao longo da carreira. A grande voz de Agostinho se calaria apenas em 1973, num acidente ocorrido em Paris. Os tempos atuais cultivam como nunca as grandes vozes, exageradamente expressivas. Que tal ouvir uma grande voz do passado e comparar? (Elisa Chiarello) 

Musicaos 31 - Uriah Heep (rock clássico) 
Os sons deste Musicaos são de hard rock e o convidado é o ilustre Uriah Heep, grupo britânico formado em 1969, mas que, pelo jeito, nunca vai se extinguir, mudando seus integrantes ao longo do tempo. Historicamente, o Uriah Heep foi simplesmente notável, sendo considerado um dos melhores do hard rock e heavy metal das décadas de 1960 e 1970, lado a lado com Led Zeppelin, Deep Purple e Black Sabbath! Para este programa selecionamos o terceiro álbum do grupo, Demons & wizards, de 1972. Clássico dos clássicos do heavy metal. (Elisa Chiarello)  

Musicaos 32 - Brazilian Trombone (instrumental brasileiro) 
Música instrumental já é algo meio esquisito, fora do comum neste mundo assolado por tantas cantoras lindas e um mar de cantores exibicionistas. Indo contra o “gosto geral”, no programa de hoje teremos música instrumental, sim, mas vamos além: música só com trombones. Para isso formaram o grupo Brazilian Trombone, em 2001, durante o encontro nacional de trombonistas no Estado da Paraíba e já pensando no mercado internacional da música, mais aberto a sonoridades diferentes. Como o ouvinte já sabe, a missão do Musicaos é buscar por sons não usuais. Nada melhor, então, do que The Brazilian Trombone! (Elisa Chiarello)   

Musicaos 33 - O caos de Musicaos (pela diversidade musical) 
No Musicaos de hoje você vai sentir no ouvido e compreender as razões e objetivos de fazermos programas diferentes de todos os demais programas de rádio. A viagem sonora inicia com o bluesmancarioca André Christovam em Um passo de cada veze segue com músicas que nada têm a ver umas com as outras. Queremos que o ouvinte perceba como a diversidade é boa e extraordinária; sinta o choque do inesperado e abra os ouvidos, ouvindo de fato. Fazer um programa assim exige muito repertório, criatividade e ousadia, pois não é fácil pular da tradição afro-brasileira à música da Antiga Grécia; juntar o clássico centenário ao popmais recente. Este é o espírito deste Musicaos. (Elisa Chiarello)

Musicaos 34 - Laurie Anderson (popde vanguarda) 
Laurie Anderson é o que se pode chamar “artista completa”. Sua jornada musical, iniciada em 1980, foi decorrente de projetos que ela já executava em vídeo, cinema e instalações, para os quais ela mesma fazia a parte sonora. Laurie foi pioneira em utilizar certos recursos tecnológicos na música pop. Mais que isso, ela transformou efeitos tecnológicos como as coisas estruturantes de suas músicas; ao mesmo tempo inspirações e meios de construir arte sonora. Por tudo isso, Laurie Anderson pode ser considerada professora dos atuais DJs atuais. Só que, como boa professora, ela vai além, não se prendendo apenas à batida tradicional e previsível. Música eletrônica? -Sim. Mas uma diferente da outra. (Elisa Chiarello)

Musicaos 35 - O caos de Musicaos II (pela diversidade musical) 
Este Musicaos é especial para você que ainda não conhece nosso projeto. Apresentamos hoje um pouco de tudo o que já apareceu em programas anteriores e uma prévia do que ainda vem por aí. Normalmente o programa todo se refere a um único tema – cantor, grupo ou estilo musical – mas o que temos hoje é uma grande mistura. Passeamos pelos mais variados estilos, de Secos & Molhados a Tom Jobim, por exemplo. Como já dissemos no primeiro caos de Musicaos, ouvir músicas diferentes, nada a ver umas com as outras, estimula a audição atenta, amplia os horizontes culturais e o senso estético. Bem, pelo menos é o que esperamos. (Elisa Chiarello)

Musicaos 36 - Momento jazz II (clássicos do jazz) 
No Musicaos de hoje selecionamos para você mais algumas grandes pérolas do jazz, desta vez todas em gravações ao vivo. O jazz é feito pelo balanço rítmico bem característico, inspirado na percussão que fazem as rodas do trem sobre os trilhos, e as melodias com sabor de blues, complexas e misteriosas. Além disso, temos os improvisos e os toques pessoais de cada intérprete, fazendo cada tema ser sempre reinventado. Jazz nos leva naturalmente à audição atenta, pois não se trata de música previsível - muito pelo contrário: é um convite à arte do constante renovar. Na lista de hoje temos os lendários Thelonious Monk (piano), Ben Webster, John Coltrane, Dexter Gordon e Charlie Parker (saxofone) e Chet Baker (trompete). (Elisa Chiarello)

Musicaos 37 - Arnold Shoenberg (clássicos do século XX)
Muitos pensam que o dodecafonismo foi uma das vanguardas musicais do início do século XX. Sim, de fato é música que até hoje incomoda os ouvidos normais pela estética 100% dramática e aparentemente caótica. No entanto, não se tratava de uma vanguarda. Foi, antes, o prolongamento das muitas liberdades e excessos praticados ao longo do século XIX pelos grandes compositores românticos. Arnold Shönberg, “pai” do dodecafonismo-serialismo, ultra-romântico, desmontou os alicerces tonais da música artística, de concerto, chamando a atenção para novas gramáticas e novos timbres. Como se dissesse: “a beleza está no som em si”. Neste aspecto Shönberg se afinou perfeitamente com o espírito modernista de sua época, mas jamais abandonando a tradição. (José Estevam Gava)

Musicaos 38 - Olivier Messiaen (clássicos do século XX)
Compositor, organista e ornitólogo, o francês Olivier Messiaen foi um artista único na história da música, desenvolvendo seu estilo próprio e muito característico com a criação de seus modos de transposição limitada. Suas composições têm influências vindas da Índia, Grécia Antiga e do Oriente. Sua paixão pelos pássaros também deixou marcas em sua obra: muitas de suas músicas contam com transcrições de cantos de aves de todo o mundo. Neste Musicaos você pode conhecer e apreciar um pouco da obra desse grande artista, incluindo trechos de uma de suas obras mais executadas, Quatuor pour la fin du temps (“Quarteto para o fim dos tempos”), composta quando Messiaen era prisioneiro de guerra dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial e estreada em 1941 pelo compositor e outros três colegas de prisão. (Bárbara Rubira)

Musicaos 39 - Roberto Victorio (vanguardas do século XX)
O Musicaos de hoje apresenta o álbum Bifurcaçõesdo carioca Roberto Victorio; compositor, regente, professor universitário e destacado representante da música contemporânea brasileira. Não, ele não aparece em programa de auditório e jamais aparecerá, mas já criou centenas de obras de peso e grande valor artístico, para as formações instrumentais as mais variadas, já executadas nos principais eventos de música contemporânea, daqui e do mundo todo, e muito premiadas. Pois é: “o Brasil não conhece o Brasil”. Ainda bem que existem umas poucas emissoras de rádio (educativas) que tocam músicas que ninguém toca! (Elisa Chiarello)

Musicaos 40 - Música do século XX (vanguardas do século XX)
A primeira metade do século XX foi extremamente rica e diversificada no campo da música de concerto, “música arte”, cada compositor buscando o mais alto grau de originalidade e traço pessoal. As transformações foram muitas: a teoria musical expandiu seus limites, as regras de composição tradicional foram abandonadas, multiplicaram-se as formas de extrair sons dos instrumentos musicais e novos instrumentos acústicos e eletrônicos foram criados. É apenas um pouquinho dessa diversidade e transformações que o Musicaos apresenta neste programa dedicado à música (não pop) do século XX. (Elisa Chiarello)

Musicaos 41 - The Animals (rock clássico)
No Musicaos de hoje você vai relembrar (ou se encantar) pelo rock britânico dos anos 60 – simples, primitivo, direto, sem complicações. Como exemplo temos o grupo The Animals, formado em Newcastle e depois radicado em Londres, de onde partiram para a glória. Eric Burdon (vocais), Alan Price (teclados), Hilton Valentine (guitarras), John Steel (bateria) e Bryan Chandler (baixo) inspiraram-se no blues e no folk norte-americanos e devolveram ao mundo algo novo, jovem e forte, assim como faziam os Beatles, os Rolling Stones e o The Who. Foi assim que a Inglaterra invadiu o mundo com sua música, ficando na história. (Elisa Chiarello)

Musicaos 42 - Tom Zé (novos rumos na MPB)
Tom Zé, “o maldito”, formou-se na Escola de Música da Bahia e participou do LP Tropicáliaou Panem et circensis, de 1968, juntamente com Caetano, Gil, Gal, Nara Leão, Rogério Duprat, Capinam e Torquato Neto (Tropicália: movimento artístico-musical que sucedeu a bossa nova em termos de importância e originalidade). Participar de tudo isso não foi pouca coisa. Depois, ele gravou e recebeu prêmios no exterior. Mesmo assim, Tom Zé continua banido da mídia comercial brasileira. Musicaos está aqui para compensar isso. (José Estevam Gava)        

Musicaos 43 - Música por computador (vanguardas do século XX)
Seria possível definir uma ideia musical e deixar que o computador a realizasse? E como soaria uma música sem nenhuma manipulação humana? Os compositores de vanguarda do século XX responderam a essas indagações e criaram muita música cibernética, puramente sintetizada, realmente moderna. Como ela soa? Bem... No programa teremos, de Carla Scaletti, a composição Sun search automata, por exemplo. Nela, um autômato unidimensional organiza uma coleção de cliksem padrões percebidos como ritmos e frequências. (José Estevam Gava)                   

Musicaos 44 - Música do século XX nº 2 (vanguardas do século XX)
Quem ouviu o programa nº 1 já deve imaginar o que o espera: música de invenção, criativa, sem nenhum compromisso com regras ou tradições musicais: música artística. Para quem só tem ouvidos pra música gentil, chorosa e previsível, será decepção na certa. No programa: Trenodia para as vítimas de Hiroshima(Penderedski, 1961); Svadebika: as bodas(Stravinsky, 1923); e A apoteose de Orfeu(criação coletiva do grupo belga Musique Nouvelle). Só aqui no Musicaos, mesmo! (José Estevam Gava)                       

Musicaos 45 - Pixinguinha (raízes da MPB)
Todos já devem ter ouvido falar de Pixinguinha. Ou, pelo menos, já ouviram Carinhoso, clássico dos clássicos da música brasileira. O programa desta semana presta homenagem a esse filho de escravos nascido em 1897 que, além de compositor e virtuoso executante de flauta e saxofone, foi quem lançou as bases para arranjo e orquestração em música “popular”. Não é pouca coisa. No programa, gravações originais raríssimas, do início da década de 1920, com o próprio Pixinguinha à frente de seu conjunto. (José Estevam Gava)        

Musicaos 46 - A modinha e o lundu (raízes da MPB)
Como teria sido a música urbana, especialmente a canção, antes do surgimento dos meios de comunicação de massa, antes do rádio e indústria do disco? Este programa se empenha em responder a essas perguntas trazendo um belo repertório de modinhas e lundus, estilos musicais do Brasil colônia que deram origem ao maxixe, choro, samba e MPB como um todo. No elenco, os grupos Capella Brasílica e Collegium Musicum de Minas Gerais. Coisas que só o Musicaos tem. Imperdível! (José Estevam Gava)         

Musicaos 47 - Kraftwerk (música eletrônica)
Este programa é para quem pensa que a música eletrônica foi inventada ontem e se acha muito moderninho dançando ao som “bate estaca”. Grande equívoco. A brincadeira tem mais de 40 anos e se tornou pop com os alemães do Kraftwerk, todos com formação musical clássica e ligados nas pesquisas sonoras que vinham sendo feitas desde inícios do século XX. No programa, dois LPs clássicos: AutobahnElectric Cafe. (José Estevam Gava)            

Musicaos 48 - João Gilberto (bossa nova)
O Brasil passou a existir de fato quando inventaram a bossa nova, há 50 anos atrás. Antes disso, era um país globalmente desconhecido (e quem conhecia jurava que sua capital fosse Buenos Aires). A bossa nova foi nossa contribuição para a cultura mundial e João Gilberto, seu maior intérprete. Graças a ele, sambas novos e antigos ganharam ares de modernidade, extrema elegância e bom gosto. Bem, é o que sempre pensaram os estrangeiros. Nós, brasileiros, infelizmente, seguimos cultuando as breguices de sempre. Mas, na contramão do “gosto popular”, o Musicaos enaltece a qualidade. Por isso, com vocês: João, voz e violão. (José Estevam Gava)        

Musicaos 49 - The Dave Brubeck Quartet (jazz moderno)
Há exatos 50 anos, o pianista Dave Brubeck gravou o disco Time out. Sua intenção era fazer música com ritmos exóticos inspirados no Oriente. Mas, o que era para ser apenas experimental transformou-se num dos álbuns mais importantes da história do jazz; música instrumental de primeira qualidade. O Musicaos traz esse trabalho na íntegra, com destaque para a fabulosa Take five. (José Estevam Gava)        

Musicaos 50 - Caiapó (música nativa)
Existiria ainda uma música totalmente alheia à indústria cultural; ao ciclo de consumo e entretenimento? -Existe; e é algo socialmente tão integrado ao cotidiano que extrapola qualquer definição conhecida de “música”. Neste programa, teremos um pouco dos sons que nossos nativos produzem. Caiapó: sociedade natural, milenar e estável; os verdadeiros donos desta terra. Cultura perfeita que nós, brancos “civilizados”, egoístas e paranoicos, vamos destruindo aos poucos. (José Estevam Gava)        

Musicaos 51 - Guarani (música nativa)
A música guarani é de tradição milenar, fazendo parte de uma concepção religiosa do mundo. Para os nativos, o canto e a palavra são desdobramentos da essência divina de Nhanderu, nosso primeiro pai, criador de tudo que existe. Canto e palavra são canais de comunicação direta com os deuses; têm o poder de curar as pessoas e fortalecer a vida comunitária. Neste programa, gravações feitas em aldeias dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Guarani: cultura perfeita que nós, brancos “civilizados”, egoístas e paranoicos, também vamos destruindo aos poucos. (José Estevam Gava)        

Musicaos 52 - Spyro Gyra (jazz fusion)
Este Musicaos se dedica à música instrumental, gênero bastante estranho numa cultura como a nossa, que é surda para qualquer coisa que não seja cantada. Por isso, e dando continuidade à nossa missão de defender causa perdida e andar sempre na contramão do sucesso e gosto popular, brindamos o corajoso ouvinte com uma pequena amostra do grupo de jazz fusion Spyro Gyra. Para dizer o mínimo, eles têm 30 anos de estrada e permaneceram por 20 anos no topo das paradas estadunidenses. Sim, tocam muito em rádios de lá. Aqui no Brasil, só mesmo no Musicaos. (José Estevam Gava)        

Musicaos 53 - Céu da Boca (MPB)
O grupo carioca Céu da Boca surgiu em 1978. O primeiro LP lhes valeu o título de melhor grupo vocal brasileiro. Apesar das belas vozes e excelentes arranjos, o grupo durou poucos anos, provavelmente pela dificuldade em fazer sucesso e se manter num mercado musical que só dá atenção a astros e estrelas. Mercado que beija os pés de certas duplas que, há décadas, infestam o universo e destroem qualquer chance de sobrevida para a música brasileira artística, de qualidade - que tem algo de novo a dizer. Graças aos deuses, existe o Musicaos como escapatória. Com vocês: Céu da Boca! (José Estevam Gava)        

Musicaos 54 - Arrigo Barnabé (novos rumos na MPB)
O Musicaos desta semana está chegando. O ouvinte vem em boa hora, mas, cuidado! Se espera ouvir musiquinhas doces e românticas perderá seu tempo, pois, desta vez, teremos a obra de Arrigo Barnabé. Cantor, pianista e compositor paulista muito especial, plenamente à margem da indústria da conformada canção-brega-pop. No programa: Aventuras em um drive-inÀ procura do orgasmo totalNum antro sujoMeninas diferentesA saga de Clara Crocodilo. Estreias nacionais em rádio! Coisas que só o Musicaos se habilita a tocar. (José Estevam Gava)        

Musicaos 55 - Lou Reed (rock clássico)
Em 1967, esse músico começou a compor inspirado no submundo de Nova Iorque: drogas, prostituição, criminalidade, homossexualidade, delinquência, morte e vários outros assuntos malditos, evitados pelos astros pop conformados com o sistema. Em sua longa carreira, infelizmente já terminada, Lou Reed trabalhou com gente muito importante e igualmente transgressora, como David Bowie (o “camaleão do rock”) e o artista plástico Andy Warhol (mega referência da pop art). Inútil dizer mais. Nosso convidado é simplesmente uma verdadeira lenda da corrente mais ácida, crítica e inteligente do rock. Nunca ouviu? Está na hora! Com vocês, na íntegra, o álbum Magic and loss(Magia e perda) de 1991. (José Estevam Gava)        

Musicaos 56 - John Cage (vanguardas do séc. XX)
De todas as linguagens artísticas, a música é, com certeza, a mais conservadora, raramente fugindo de esquemas pré-definidos. A repetição de fórmulas e estilos consagrados banaliza a música, ela se torna apelativa e, em muitos casos, de extremo mau gosto (como em certas “duplas” que andam por aí). John Cage, lá pelo meio do século XX, já tinha chegado a essas conclusões. Por isso, extrapolou qualquer conceito estabelecido. Usou ruído, silêncio, aparatos eletrônicos e instrumentos diferentes para produzir sons estranhos e transgredir toda a moral e os bons costumes da música (e foi aluno de Arnold Schönberg! - o guru do dodecafonismo). Precisa dizer mais? Neste programa, músicas de John Cage para piano preparado. Invenção dele. (José Estevam Gava)        

Musicaos 57 - Kraftwerk II (música eletrônica)
Atendendo a milhares de pedidos, os rapazes alemães do Kraftwerk (usina de energia), inventores da música eletrônica pop, estão de volta! Neste segundo programa, teremos músicas dos álbuns Radio-activity(Rádio atividade) e Trans-Europe Express(Expresso Trans-Europeu), de 1975 e 77. Trabalhos que até hoje surpreendem pela ousadia, criatividade e (por que não dizer?) alta qualidade musical. Provas de que, no início, a música eletrônica era muito mais artística e interessante do que o insuportável e estéril bate-estacas de hoje. (José Estevam Gava)        

Musicaos 58 - Kraftwerk III (música eletrônica)
E, novamente atendendo a milhares de pedidos, estão de volta os rapazes alemães do grupo Kraftwerk, inventores da música eletrônica pop. Nunca ouviu falar deles? Bem... Desde 1974 eles gravaram mais de 15 discos, alguns recebendo prêmios como os melhores trabalhos de música eletrônica já compostos. Neste terceiro programa, teremos músicas dos álbuns Trans-Europe ExpressMan-machine, de 1977 e 78. Aqui em CDs importados da gravadora Capitol Records. Podem nos chamar de saudosistas, mas é ouvindo o Kraftwerk que a gente percebe o quanto é insuportável e estéril o bate-estacas que se faz por aí. (José Estevam Gava)         

Musicaos 59 - Quinteto Persch (instrumental brasileiro)
O Musicaos, como todos sabem, é um espaço dedicado a músicas diferentes e inusitadas; breve janela semanal aberta para a diversidade sonora. Nesta sexta e domingo, que tal ouvirmos um conjunto só de acordeões? Sim, isto existe. Um deles, o Quinteto Persch, foi criado em Porto Alegre há cerca de 10 anos e está por aí, batalhando espaços. Neste programa, ouviremos seus arranjos e interpretações para obras de Antonio Vivaldi, Amadeus Mozart, Gioacchino Rossini, Aram Khatchaturian, Cláudio Santoro e Astor Piazzolla. Uma experiência sonora! (José Estevam Gava)             

Musicaos 60 - Biscoito fino (MPB)
A sigla MPB (ou MMPB) surgiu em meados da década de 1960 pra designar uma parcela muito específica da canção popular: músicas que eram tributárias da bossa nova e então preocupadas em valorizar traços culturais brasileiros diante da invasão do rock, da jovem-guarda, da música pop romântica e todos os demais enlatados musicais que infestavam o mercado fonográfico. Em termos muito simplórios, a MPB procurava inovar na forma (com atenção ao cancioneiro popular) e caprichar no conteúdo (com letras cheias de espírito crítico e poesias de fazer inveja a Manuel Bandeira e Ferreira Gullar). Ou seja, música de se apreciar também em termos formais: música de sutilezas; “música-cabeça”; “música-arte”; música que não se contenta com mesmices (e, por isso mesmo, jamais cativa grandes multidões). Não é à toa que muitos ainda torcem o nariz p’ra ela! E você? (José Estevam Gava)        

Musicaos 61 - Mark Knopfler (rock clássico)
No programa desta semana: Mark Knopfler - líder do inesquecível Dire Straits, clássico dos clássicos do rock. Todos se lembrarão de Brothers in armsMoney for nothingSultans of swing, por exemplo. Verbetes essenciais em qualquer enciclopédia de rock. Neste programa, no entanto, ouviremos músicas bem menos conhecidas, com destaque para o álbum Missing... presumed having a good time, que Mark Knopfler gravou juntamente com outros três músicos do universo country(aliás, pronuncia-se “cântry”), conjunto batizado como The Notting Hillbillies. Excelente guitarrista, ótimo compositor, voz inconfundível e letrista de primeira grandeza. Inútil dizer mais. (José Estevam Gava)        

Musicaos 62 - Ravi Shankar (músicas do mundo)
Para quem ainda não conhece a obra de Ravi Shankar, basta dizer que ele significou para a música da Índia o mesmo que Paco de Lucia significou para a música da Espanha. Porta voz de uma cultura exótica, Shankar foi pioneiro em mostrar ao mundo ocidental que nem só de sete notas se faz a música e que não há limites para os desenhos rítmicos. Mostrou o quanto eram limitados e repetitivos os gêneros musicais eleitos pela indústria fonográfica, inserindo vida, espírito novo e diversidade nesse mercado. Ravi Shankar foi um dos primeiros grandes nomes da corrente world music (música do mundo), quebrando um pouco da hegemonia da Europa e EUA como ditadores da cultura mundial. Neste programa, teremos o Concerto para sitar e orquestra (em raríssimo LP de 1970) e uma raga tradicional. (José Estevam Gava)
  
Musicaos 63 - Bob Marley e convidados (reggae)
Quer fazer um reggae no mais genuíno estilo? É simples: coloque uma guitarra marcando os tempos fracos do compasso; peça ao baixista pra tocar no estilo walking bass(baixo andarilho); encomende ao letrista um tema politicamente engajado (ou que defenda a liberalização do uso da maconha) e está pronto o seu reggae! Talvez não seja assim tão simples, mas geralmente funciona. Assim fizeram The Beatles, Erik Clapton, Paul Simon, The Rolling Stones e The Police - alguns dos que logo aderiram ao ritmo da Jamaica. Neste programa, ouçamos um pouco do sumo pontífice (santo pai) do reggae: Bob Marley. Além de outros nomes um tanto obscuros (Stanley e seus Turbinas!, por exemplo), mas essenciais na formação do estilo. Só mesmo aqui no Musicaos! (José Estevam Gava)              

Musicaos 64 - Sufi (música ritual)
No programa desta semana teremos músicas que integram rituais da ordem mística Mevlevi, estabelecida no Oriente Médio no século XIII, e que constitui um dos vários ramos da doutrina Sufi, movimento considerado herético pelo islamismo e perseguido ao longo dos séculos. Também conhecidos como dervishes rodopiantes, seus adeptos potencializam a música, revelando sua dimensão espiritual, fazendo-a intermediário perfeito entre os humanos e o mundo celeste. Dançando e girando por longas horas, eles atingem estados alterados de consciência, entram em ressonância com o pulso da força criadora do universo e restabelecem a ordem das coisas. Há quem diga que foi graças aos dervishes que a humanidade ainda não se autodestruiu. Pra esses monges, música é coisa séria! (José Estevam Gava)           

Musicaos 65 - João Donato (precursores da bossa nova)
Já tivemos um programa dedicado a João Gilberto, membro da santíssima trindade da bossa nova. Hoje, teremos o “professor” dele: João Donato. Figura pouco conhecida? -Sim. Compositor, arranjador, produtor e músico dos bastidores, seu nome sempre vai em letrinhas pequeninas, lá no meio dos créditos. Por isso, ninguém dá bola. Entretanto, sua grandeza é enorme. Assim como as lendas e histórias que contam dele. Dizem até que ele consegue ser mais esquisito e excêntrico do que o próprio João Gilberto! Coisas de menor importância, pois o que vale é sua música. Aliás, mais de meio século de música! (José Estevam Gava)           

Musicaos 66 - Os Cariocas (vocal brasileiro)
Superlativos é o que não falta: grupo vocal mais antigo do mundo em plena atividade; as vozes mais afinadas; os arranjos mais radicais e dissonantes já ouvidos... E por aí vai. Eram admirados por músicos acima de qualquer suspeita, como Radamés Gnatalli e até Heitor Villa-Lobos, segundo o qual, quem quisesse aprender a cantar afinado, que fosse ouvir Os Cariocas! Quer mais? -Eles foram decisivos para o estabelecimento da bossa nova entre 1958 e 1962, tendo sido os primeiros a gravar os maiores clássicos de Jobim & Vinicius, Menescal & Bôscoli, Lyra & Baden e tantos outros. Ufa! (José Estevam Gava)        

Musicaos 67 - Erik Satie (vanguardas do século XX)
Este compositor francês do início do século XX dava nomes curiosos à sua música: Penúltimos pensamentosEmbriões dessecadosPeças friasTrechos em forma de pêrae outros de difícil tradução, mas igualmente estranhos. Satie foi a vanguarda das vanguardas, chamando a atenção do público para as músicas em si, consciente e cientificamente, tentando superar o cacoete épico-romântico-germânico-passional-saudosista-conteudista-derrotista que ainda predominava, especialmente na música. Pianista de bordel, humorista, filósofo, cientista, inventor, gozador... Admirado por Debussy, Mallarmé, Picasso... (as maiores cabeças de seu tempo). Amado ou odiado por pianistas de ontem e de sempre. E a música dele, como é? (José Estevam Gava)

Musicaos 68 - Grupo Rumo (música infanto-juvenil)
Música educa? -Sim. Porém, se depender da nossa maior rede de TV comercial, por exemplo, a educação musical do brasileiro não irá muito além das “duplas” que infestam o universo, e do pagode. Ainda existiria salvação? -Dificilmente, já que os próprios pais e mães são, em geral, deseducados musicalmente, transferindo a mediocridade aos pequenos. Porém, como o Musicaos vai na contramão, sempre a defender as mais difíceis e polêmicas causas, iniciamos aqui uma série de programas dedicados ao público infanto-juvenil, com repertórios diversificados, inovadores, musicalmente estimulantes e que falam direto ao imaginário e universo infantis. Alô, alô, pais e mães! Com vocês, a obra infanto-juvenil Quero passear, do Grupo Rumo! (José Estevam Gava)        

Musicaos 69 - Vangelis & Novichenko (new age)
Mesmo em tempos de materialismo e imediatismo extremos, superficialização e coisificação de tudo, a velha música new age continua firme e forte por aí, com direito a seções exclusivas nas lojas de CDs. Esse gênero musical de muitos apreciadores pelo mundo afora (mais de uma dúzia, com certeza!) está de volta ao Musicaos, que nesta semana destaca trabalhos do grego Vangelis e da brasileira Rosae Novichenko. Dois artistas separados pela geografia e cultura, mas igualmente preocupados com a insanidade humana e o que isto vem causando no planeta em que vivemos. Buscam com sua música sensibilizar e reeducar as pessoas, tentando reverter o futuro nebuloso e pouco animador que espera pela humanidade. Causa perdida? –Provavelmente. (José Estevam Gava)        

Musicaos 70 - Leandro Maia (palavra cantada e falada)
Nesta semana, o ouvinte fica com o trabalho de Leandro Maia, trovador e menestrel moderno que, assim como os poetas-músicos ancestrais, exerce o ofício de fazer poesia, compor canções e andar pelo mundo contando histórias de amor e de amigo, de maldizer e de bendizer, no mais genuíno espírito trovadoresco. Na fina voz de Leandro, a palavra se revela inteligente e lapidada: poesia. Ah! Essa dura sina de querer dizer o indizível... Gentil-homem, cavaleiro e cavalheiro: Leandro Maia. (José Estevam Gava)       

Musicaos 71 - Marcos Corrêa (instrumental brasileiro)
Houve um momento na história da música em que ela virou produto comercial como qualquer outro, entrou no circuito de consumo massificado seguindo padrões bem definidos, integrando linhas de montagem em que todas as etapas de produção, divulgação e distribuição passaram a ser cuidadosamente planejadas, restando poucas chances para a criação espontânea, com sabor de improviso e total liberdade. Pra compensar um pouco a dureza desse mercado, ouçamos, então, o trabalho de Marcos Kröning Corrêa, compositor-violonista livre e liberto de todas as amarrações. (José Estevam Gava)          

Musicaos 72 - Erik Satie II (vanguardas do século XX)
“Não é uma questão de relevância de Satie. Ele é indispensável.” Quem disse isso foi John Cage, outro compositor essencial para as vanguardas musicais do século XX. Ambos, Satie e Cage, pegaram pesado contra os cacoetes da tradição romântica, que havia restringido a música a uma “arte de exprimir os sentimentos por meio de sons”. Isto é, a forma e a invenção tinham perdido terreno para a representação de sentimentos e estados psicológicos. Segundo Mário de Andrade, a deformação do Romantismo “foi tomar a sinceridade com que o povo exprime o sofrimento e transformar isso num repugnante cultivo da dor”. Ou seja, a vida nesta terra era um inferno que a música, com o devido exagero, se esmerava em representar. Erik Satie foi pioneiro em ironizar e combater esses padrões e truques de representação romântica, mostrando o ridículo e patológico ali inseridos. (José Estevam Gava)        

Musicaos 73 - Mawaca (músicas do mundo)
O Mawaca é um grupo musical que pesquisa e renova músicas folclóricas das mais variadas partes do mundo. Com arranjos inovadores e criativos, o grupo apresenta músicas vibrantes e repertórios os mais variados, daqui e dali, de lugares próximos e distantes. São temas ancestrais pesquisados e revestidos de sonoridades múltiplas, revelando características étnicas locais e fazendo relações e junções com a música popular brasileira de linhagem folclórica - música popular de raiz (não pop). O Mawaca tem tradição e história com diversos álbuns e DVDs já lançados. Neste programa, na íntegra, o álbum Astrolábio Tucupira, da virada do século. (Elisa Chiarello)

Musicaos 74 - O Terço (rock nacional)
Esta edição do Musicaos traz à luz o relevantíssimo trabalho do grupo brasileiro O Terço, aqui representado pelos discos Criaturas da noite(1970) e Casa encantada(1976). Embora seja pouco lembrado atualmente, na década de 70 o grupo carioca dividiu os palcos e as atenções com Os Mutantes. O estilo musical do Terço junta de maneira brilhante MPB, rock rural e rock progressivo, sendo referência essencial para os apreciadores do bom e velho rock nacional. O ouvinte não conhece o Terço? Então, já é hora conhecer, reconhecer o valor desse pessoal já histórico para a música brasileira e... apreciar boa música. (Murilo Macari)

Musicaos 75 - Música do século XX n.3 (vanguardas do século XX)
Nas mais diversas áreas, é necessário romper paradigmas para que surjam novas ideias. É exatamente o este programa mostra, abordando a música de concerto (“música-arte”) do século XX: as novas ideias (na maioria das vezes expansivas) dos compositores e algumas de suas características. Uma das consequências da maior liberdade criativa foi, por exemplo, a composição de músicas apenas para instrumentos de percussão. Pensando nisso, nesta edição do Musicaos foram selecionadas apenas músicas para percussão e de compositores brasileiros. As gravações são todas do grupo de percussão do Instituto de Artes da UNESP, sob a direção do professor e regente John Boudler. (Lucas Boa Viagem)

Musicaos 76 - Chet Baker (jazz clássico)
O lendário e virtuoso trompetista Chet Baker é o homenageado deste Musicaos. Mesmo já tendo participado de grupos importantes do cenário musical norte-americano da década de 1940, Chet Baker só conheceu a fama quando integrou o grupo de Charlie Parker, maior representante do estilo bebop. Em 1953, já com seu próprio quarteto, Chet Baker inaugurou um novo estilo dentro do jazz: o cool jazz, o que, sem dúvida, escreveu seu nome de maneira indelével na história da música. Dentre as marcas deixadas pelo cool jazzvale a pena lembrar a influência que o estilo exerceu sobre a bossa nova. Aproveite o programa e se deleite com a fineza do trabalho de Chet Baker! (Murilo Macari)

Musicaos 77 - Hardcore (punk rock)
Prepare seus ouvidos, pois um protesto sonoro vem aí: o hardcore! O estilo surgiu no final dos anos 1970 contestando certos valores da sociedade através de músicas agitadas, vocais gritados e muita distorção sonora. Iniciaremos ouvindo os pioneiros, como Black Flag, The Exploited e Dead Kennedys. Do lado brasileiro teremos grupos surgidos em eras de ditadura, como Restos de Nada, Inocentes e Besthoven. Especial mesmo será o destaque a grupos mais recentes aqui da Região Sul, como Aborto Podre, Desgracia e Escória. Esta última da cidade de Rio Grande. Devido à sonoridade característica, as letras são meio difíceis de entender, mas, tenha certeza, elas não falam de amor romântico! (Gabriela Scharf)

Musicaos 78 - Caravana cigana (músicas do mundo)
Por muito tempo o misticismo e a magia foram associados à vida dos ciganos. Desde a época em que eles saíram do norte da índia, cerca de mil anos atrás, os ciganos são ao mesmo tempo perseguidos e romantizados, vivendo fora do nosso cotidiano. Mas ao contrário desses mitos populares, ciganos são pessoas comuns e reais que resistem muito apesar dos diversos obstáculos culturais e perigos que eles encontram durante suas jornadas. Com inteligência e poder de adaptação, sua identidade nômade vai agregando traços culturais dos lugares por onde passam, em especial a música, que é sempre forte, viva, diversificada e transmitida de pai para filho ao longo de incontáveis gerações. Neste programa Musicaos dedicado aos ciganos teremos músicas que eles fizeram ao passar pela Hungria, Sérvia, Macedônia, França, Espanha e Ucrânia. (Gabriela Scharf)

Musicaos 79 - Melodias japonesas (músicas do mundo)
Este programa envolverá você na mais plena serenidade da música tradicional japonesa. A pureza das melodias e arranjos o levará para bem longe da música pop comercial: nem música de concerto, nem música folclórica do Oriente, mas um meio-termo perfeito que evoca tranquilidade, meditação e envolvimento com a natureza. O lendário flautista Jean-Pierre Rampal (aqui, certamente com sua flauta de ouro maciço!) e a harpista Lily Laskine esbanjam técnica e expressão na simplicidade melódica e contemplativa de um repertório tradicional. Aqui, as melodias se fazem na suavidade da flauta, enquanto que a harpa ora desenha ornamentos, ora dá suporte harmônico, dissolvendo acordes em arpejos - efeitos arquetípicos do instrumento. Música-arte para ser contemplada e admirada; música-som para, subjetivamente, serenar corpo e mente. (Matheus Valente)

Musicaos 80 - Stanley Jordan (jazz moderno)
Nesta edição somos convidados a apreciar o primeiro disco do grande Stanley Jordan. Nascido em Chicago no ano de 1959, Stanley começou seus estudos desde cedo, familiarizando-se com o piano e, posteriormente – já na universidade, com a composição musical. Mas foi como guitarrista que ele deu contribuição mais significativa ao mundo da música, elevando a guitarra a um grau de aperfeiçoamento técnico que possibilitou que o nome de Stanley Jordan fosse gravado de forma indelével na história do instrumento. Tocando as cordas de forma percutida, similarmente ao jeito que se percutem as teclas do piano, Stanley nos presenteou com uma técnica estendida que pode ser maravilhosamente apreciada no disco The magic touch, que abrilhanta este Musicaos. (Murilo Macari)

Musicaos 81 - Stanley Jordan II (jazz moderno)
De Stanley Jordan temos, agora, o álbum Standards Vol. I, lançado em 1986, com arranjos muito criativos para canções popclássicas, como The sound of silenceGeorgia on my minde tradicionais, como My favorite thingsSilent night(Noite feliz). Stanley Jordan toca sua guitarra usando o tapping, técnica em que as cordas são percutidas como as teclas do piano, criando melodias, harmonias e contrapontos bem separados, complexos e independentes. O resultado é da mais pura sofisticação; momento em que o popse alia à arte e nos brinda com tecidos sonoros dos mais ricos e deliciosos. O problema é que Stanley Jordan faz essa “ponte musical” apenas com sua guitarra - música instrumental - coisa que p’ra muita gente nem é música; não toca no rádio nem na TV. Mas toca aqui, no Musicaos. Então, aproveite! (Matheus Valente)

Musicaos 82 - Marlos Nobre (música brasileira do século XX)
O Musicaos apresenta Marlos Nobre, grande maestro e compositor pernambucano. Ele está na música desde a infância; foi aluno de Francisco Mignone, Camargo Guarnieri e Olivier Messiaen; tem 246 obras catalogadas e tocadas pelos maiores da música de concerto – artística; e ocupa a cadeira número um da Academia Brasileira de Música. Em sua obra Marlos Nobre quase sempre dá um jeitinho de utilizar algo da música popular, fazendo surgir música de altíssima qualidade artística. Em 2006, sua biografia foi publicada na Espanha (!). Triste evidência de que os brasileiros realmente não valorizam o que tem de melhor; com total desdém desprezam e extraditam seus gênios musicais. Um Musicaos é pouco p’ra tanta música boa e marginalizada, mas é o que dá p’ra fazer. Vamos, hoje, com os Ciclos nordestinos I a IVe outras interessantes composições de Marlos Nobre. (Dayane Pacheco)

Musicaos 83 - Marlos Nobre II (música brasileira do século XX)
A relevância de Marlos Nobre para a música brasileira (especialmente no exterior) é tanta que apenas um programa é muito pouco. Por isso vai aqui mais um programa dedicado às obras desse ilustre regente, pianista e compositor pernambucano. Neste programa você poderá conferir o Mosaico para orquestra sinfônica(de 1970) e Sonâncias I e III(de 1972 e 1980). Quem toca é o Grupo de Percussão de Genebra. Além disso, ilustrando a origem nordestina de Marlos Nobre, teremos o Cancioneiro de Lampiãopara coro desacompanhado (de 1980). São chances raras de ouvir músicas que já fazem parte de nossa história cultural (ainda que mais conhecidas e valorizadas lá fora!). (Elisa Chiarello)

Musicaos 84 - Wim Mertens (minimalismo)
Este é o primeiro programa de uma série dedicada ao belga Wim Mertens - compositor, cantor, pianista e guitarrista que se destaca desde 1980 por sua grande variedade de composições, das mais singelas canções às mais complexas texturas para orquestra sinfônica. Como bom criador, Wim Mertens está sempre evoluindo a partir de inúmeras matrizes, antigas e modernas, com fortes toques minimalistas, mas preservando a base melódica em quase tudo que faz. Em sua vastíssima discografia se encontram excelentes exemplos de música que não se encaixa em nenhum rótulo; que frustram qualquer expectativa. Por isso mesmo, exigem atenção e espírito livre. Neste primeiro programa, obras de Wim Mertens extraídas de dois discos de 1992. (Elisa Chiarello)

Musicaos 85 - Wim Mertens II (minimalismo)
Este é o segundo programa Musicaos destinado ao compositor, contratenor, pianista e musicólogo belga Wim Mertens. Neste programa você aprenderá um pouco mais sobre o estilo musical minimalista, já que Wim Mertens tem profunda ligação com o estilo, tanto que já escreveu a respeito: American minimal music(Música minimalista americana), considerado o primeiro livro a abordar esse estilo em profundidade. A principal característica do minimalismo é a exploração muito mais dos efeitos rítmicos do que do desenvolvimento melódico e harmônico nas composições. Todas as músicas deste programa são do álbum Shot and echo, de 1992. (Elisa Chiarello)

Musicaos 86 - Wim Mertens III (minimalismo)
Wim Mertens é um artista muito interessante e que tem obras e estilos bem diversificados. Para dar conta de abordar um pouco de tudo o que ele já criou é preciso uma série de programas, como esta aqui, do Musicaos. No terceiro programa dedicado a esse brilhante artista belga conheceremos um pouco mais de seu trabalho, que salta da música barroca (do início do século XVIII) ao estilo minimalista (de meados do século XX) e também mistura um pouco de tudo isso - e mais ainda. Todas as músicas deste Musicaos são do álbum Jardin clos, lançado em 1996. (Elisa Chiarello)

Musicaos 87 - Wim Mertens IV (minimalismo)
Este é o quarto programa da série Wim Mertens. Nesta quarta edição você confere, na íntegra, o CD Skopos, lançado em 2003. O álbum traz música instrumental que em grande parte se encaixa no estilo minimalista, ou seja, música feita com blocos sonoros que se repetem insistentemente, mas com pequenas variações rítmicas. Apesar de repetitiva, essa música é sempre nova em cada compasso, requer audição atenta e disponibilidade para “viajar” nos sons. (Elisa Chiarello)

Musicaos 88 - Wim Mertens V (minimalismo)
Temos aqui o quinto programa Musicaos dedicado ao incrível compositor, pianista, violonista e cantor belga Wim Mertens, dono de uma carreira extremamente produtiva, com muitas dezenas de discos já gravados. Neste programa somos arrebatados pela musicalidade muito particular do álbum Un respiro, de 2004, no qual Wim Mertens canta suas próprias canções e faz belíssimos acompanhamentos ao piano. Musicaos: mais uma vez trazendo música livre, cuja intenção é a busca pela arte sonora em sua magnífica pureza. (Murilo Macari)

Musicaos 89 - Música eletroacústica brasileira (música do séc. XX)
Já imaginou um tipo de música em que as notas musicais não sejam imprescindíveis? Pode parecer absurdo, mas inúmeros compositores do século passado mostraram que nem só de “dó-ré-mi” se faz a música e não deveria haver limites para a criação sonora. Mais ainda: mostraram que bastaria criatividade e aparatos eletrônicos para transformar qualquer fonte sonora em material musical. Assim, embarque conosco nesta aventura e conheça as criações sonoras dos brasileiros Jorge Antunes, José Maria das Neves, Eduardo Miranda e Djalma Farias. Nunca ouviu falar deles? É normal, pois a mídia comercial jamais se interessou por eles. Se você ainda tem ouvidos para música 100% nova, transgressoramente artística, então está no lugar mais que certo. (Letícia Lotto)

Musicaos 90 - Música eletroacústica brasileira II (música do séc. XX)
Neste programa continuam as experiências sonoras pelo território selvagem da música eletroacústica. Território em que de nada valem mapas ou cartilhas de música tradicional, previsível ou agradável aos ouvidos. Para entrar nesse imprevisível ambiente é necessário deixar todas as expectativas de lado e estar disposto a encontrar qualquer som, natural ou sintetizado. Nesta aventura soarão músicas (ou construções sonoras?) de alguns ilustres desconhecidos, como Flo Menezes e Didier Guigue, que exploram sons e injetam suas musicalidades das maneiras mais inesperadas. Portanto, fique atento e ligue seus ouvidos desbravadores para mais esta viagem! (Lucas Thomasi)

Musicaos 91 - Música eletroacústica brasileira III (música do séc. XX)
Este programa Musicaos explora o que há de mais livre e inventivo em termos musicais: a música eletroacústica. Nesta exploração são convidados alguns compositores brasileiros dedicados especialmente a fazer música eletroacústica e que são, hoje, reconhecidos tanto aqui, em terras brasileiras, como no exterior. Essas músicas podem parecer bem estranhas ao ouvinte formatado no discurso musical tradicional, no “dó-ré-mi”. Entretanto, não falta à música eletroacústica a expressividade necessária para que esta ganhe a admiração de qualquer ouvinte: abandona-se a previsibilidade; não há regras, há apenas a vontade do compositor em escolher frequências e ruídos e criar com eles sempre novos mosaicos sonoros! (Lucas Thomasi)

Musicaos 92 - Música eletroacústica brasileira IV (música do séc. XX)
Música eletroacústica produzida por brasileiros é o tema do Musicaos de número 92. Corrente da música de concerto inaugurada ainda na primeira metade do século XX, a eletroacústica utiliza a tecnologia dos instrumentos eletrônicos, tais como os sintetizadores, para inovar no campo da arte sonora. A criatividade, ultrapassando a barreira dos instrumentos acústicos, ganha novos contornos em ondas sintetizadas de cores sonoras nunca antes vistas. No Brasil a eletroacústica veio à tona na década de 1960 e neste programa teremos a chance de conhecer alguns de seus compositores mais influentes. Então, embarque nessas eletrônicas ondas sonoras e que tenha uma boa jornada! (Murilo Macari)

Musicaos 93 - Clapton & Ratzenbeck (pop-rock-folk-blues)
Este Musicaos vai abrir espaço para a música pop de boa qualidade. Música pop. Não aquela puramente comercial, mas sim aquela que acrescenta alguma novidade estética, que pode ser percebida através da originalidade e autenticidade do artista. ...E como exemplo disso trazemos ao programa dois nomes acima de quaisquer suspeitas: o inglês Eric Clapton e o austríaco Peter Ratzenbeck, ambos excelentes guitarristas, cantores e compositores. Ao falar de Clapton, falamos de mais de quatro décadas dedicadas ao rock, ao blues e ao pop. Já o austríaco Peter Ratzenbeck, apesar de não ser muito conhecido, navega com segurança e charme pela música irlandesa, a new age, o folk e o blues; são também 40 anos de peregrinação em shows e dezenas de álbuns já lançados. De Peter Ratzenbeck ouviremos as músicas extraídas do CD Guitarero, de 1994, e do premiado Eric Clapton ouviremos músicas extraídas do disco Eric Clapton unplugged, de 1992. Será difícil não ser contagiado pelo talento e autenticidade dessa dupla de mão cheia, confira! (Sabrina Blues)

Musicaos 94 - Renaissance (rock progressivo)
É possível dizer que entrar em contato com novas manifestações culturais também é uma forma de renascer. Tendo isso em mente, o Musicaos 94 nos convida a reviver um pouco dos anos 1970 com os roqueiros do atemporal grupo britânico Renaissance. Renascido de um lendário conjunto britânico dos anos 1960, The Yardbirds, o grupo da vocalista Annie Haslam veio com um som “miscigenado”, com atitude explosiva do rock and rollsomada à alta classe e refinamento da música de concerto, fazendo jus ao estilo rock progressivo e se estabelecendo como grande representante dessa linhagem musical que foi bem característica da década de 1970. Se você gosta de belas melodias, guitarras furiosas e teclados ágeis, este é o momento! As músicas vêm dos álbuns Prologue, de 1972, e Ashes are burning, de 1973(Lucas Boa Viagem)

Musicaos 95 - Renaissance II (rock progressivo)
Hoje, no Musicaos, temos de novo o conjunto musical inglês Renaissance tocando seu fino e elaborado rock progressivo: belíssimas melodias, harmonias e arranjos caprichados. Os teclados denotam as influências recebidas da música de concerto; o canto indica sua origem folkinglesa e as longas e requintadas seções instrumentais, arranjos e instrumentações, completam a fórmula “rock progressivo”. Agora, quando o assunto é voz feminina, Annie Haslam é insuperável. Bela, afinadíssima e marcante, é a voz dela que ajudou a consagrar a fama do Renaissance e que você, ouvinte, precisa conhecer... e se apaixonar. Enfim, um programa imperdível para quem tem ouvidos para música bem elaborada, independentemente de rótulos ou estilos. (Nicolas Fish)

Musicaos 96 - Renaissance III (rock progressivo)
Este programa vem carregado do que há de melhor em termos de rock progressivo e mais uma vez é dedicado ao Renaissance, grupo inglês que ajudou a dar mais conteúdo e profundidade ao rock 'n 'roll. Só p’ra lembrar: lá pela década de 1960, o rock progressivo se destacou na história da música pop ao extrapolar os limites das canções comerciais; fronteiras foram derrubadas, alongando-se a duração das músicas para além dos costumeiros três minutos; novas tecnologias e formatos foram experimentados, adicionando arte e liberdade ao ambiente pop, fazendo-o conversar com a música de concerto. Nunca ouviu o histórico Renaissance? Então, venha para o Musicaos, pois o melhor do progressivo é só aqui mesmo! (Murilo Macari)

Musicaos 97 - Steve Reich (vanguardas do século XX)
Elementos simples para criar estruturas complexas. Surgido nos Estados Unidos na década de 1960, o minimalismo foi um dos movimentos contrários aos valores artísticos tradicionais. O termo rotulou o trabalho de alguns artistas norte-americanos, sendo Steve Reich e Philip Glass seus maiores representantes. O minimalismo apostou nas repetições e nas defasagens rítmicas de efeito hipnótico como linguagem, dispensando o sentimento e explorando apenas os efeitos sensoriais que a música pode provocar. ...E neste programa ouviremos um pouco do trabalho de Steve Reich. Confira a música que pode despertar nossos ouvidos, alertando-nos para o quanto estamos desatentos e desacostumados ao ato de ouvir música com atenção, não obstante haver música em toda parte e a toda hora. (Sabrina Blues)

Musicaos 98 - Steve Reich II (vanguardas do século XX)
O Musicaos de hoje vai dar continuidade ao minimalismo de Steve Reich, compositor norte-americano da estética minimalista que estrutura suas músicas com base na sobreposição de padrões, fases e contrafases, resultando em dissonâncias rítmicas; música na qual cada momento é sempre diferente dos anteriores, mesmo com essa repetição insistente de padrões. Para entender melhor, só mesmo conferindo o que este compositor “arquiteto do som” pode proporcionar aos nossos ouvidos e sentidos, prepare-se! (Sabrina Blues)

Musicaos 99 - Claudio Monteverdi (música antiga)
Os sons de hoje nos levam diretamente à Itália do século XVI, época de grandes compositores, como Cláudio Monteverdi - “herói” deste Musicaos. Monteverdi teve grande importância entre as eras renascentista e barroca. Ele foi pioneiro e um dos principais compositores de ópera da época, sem contar que ajudou a moldar um novo estilo de escrita vocal, abandonando certas convenções do antigo contraponto “palestriniano”. Neste programa temos diversos madrigais compostos por Monteverdi. São obras que mesclam o sabor renascentista com tratamentos musicais mais barrocos. Os ritmos são cativantes, de extrema vivacidade, belíssimas melodias e harmonias, temáticas heroicas e amorosas. Música antiga com ares de modernidade? -Só aqui mesmo, no Musicaos! (Lucas Boa Viagem)

Musicaos 100 - Vozes da floresta (música étnica)
A natureza fala. A natureza canta. A natureza se expressa e desperta a espiritualidade do homem. Estas visões, talvez idealizadas, estavam contidas na música feita pelos povos que, hoje, consideramos “primitivos”. Este é o tema deste programa, que faz um passeio por culturas musicais antigas do México e da Austrália. A audição começa com recriações da música que os nativos centr0-americanos provavelmente faziam antes que os invasores europeus chegassem aqui - música de pureza sem precedentes. Depois, num grande salto geográfico, o Musicaos nos leva à Austrália, onde um grupo local se baseia na cultura aborígene e a mistura com elementos contemporâneos. Sons ancestrais, conversas com espíritos e oferendas aos deuses da natureza: nada poderia ser mais especial para comemorar este centésimo Musicaos! (Alays do Prado)

Musicaos 101 - Swingle Singers (clássicos alternativos)
Neste programa temos o “pai da música”, o grande compositor barroco Johann Sebastian Bach, mas de um jeito que o ouvinte, de certo, não está acostumado a ouvir. Isto porque os intérpretes de Bach são, agora, os cantores do extraordinário grupo vocal The Swingle Singers. Oito cantores se reuniram 1962 para formar esse grupo que resiste até hoje, sempre com novas vozes. Neste Musicas, contudo, as vozes são aquelas de origem, registradas no primeiro álbum do grupo, que trouxe total renovação à música de J. S. Bach. Utilizando-se de apenas suas vozes e um eventual acompanhamento percussivo, os Swingle’s fazem Bach renascer de uma forma como nunca se imaginou! (Lucas Thomasi)

Musicaos 102 - As Cruzadas (música medieval)
O título deste programa pode parecer estranho aos ouvintes. No entanto, trata-se exatamente do que parece: ouviremos as músicas que se faziam no tempo das Cruzadas. São músicas bem antigas, algumas do século XII, e que só chegaram até nós pelo incrível serviço de alguns monges beneditinos que se dedicaram a cuidadosamente anotá-las. Assim, somos levados a quase mil anos atrás, ao tempo dos vassalos, suseranos, cavaleiros, guerras entre feudos e conquistas; eventos históricos que povoam o imaginário medieval e que foram narrados, romantizados e cantados pelos trovadores, músicos-poetas convidados especiais no programa de hoje. Só aqui mesmo, no Musicaos! (Lucas Thomasi)

Musicaos 103 - King Crimson (rock progressivo)
Mais de 20 integrantes já passaram pelo grupo ao longo de sua história. Mesmo assim, ela ainda tem o seu “jeito de fazer as coisas”. Quem diz isto é Robert Fripp, guitarrista inovador, fundador e membro permanente do King Crimson desde o início, 1969. Demonstra-se aí o caráter coletivo pelo qual o cenário do rock progressivo sempre estará grato e em dívida. Quer uma guitarra bem trabalhada? Uma bateria bem trabalhada? Aquela melodia que se desenvolve como enredo de filmes do Hitchcock, cheio de nuances e detalhes dos instrumentos? Pois então mergulhe neste programa e não haverá arrependimentos! (Gabriel Snak)

Musicaos 104 - King Crimson II (rock progressivo)
O Musicaos de número 104 traz à tona uma verdadeira paulada sonora em forma de rock progressivo. Continuando a série dedicada ao conjunto inglês King Crimson, esta edição conta com muitas dissonâncias, muitos compassos quebrados e muitos riffsque vão explodir sua cabeça! P’ra quem ainda não conhece o som desse dinossauro do rock, vale lembrar que ele foi contemporâneo do Yes e do Pink Floyd, ou seja, dividiu palcos com os pioneiros da vertente pop-progressiva. Agora, sem mais delongas, resta ouvir este Musicaos que é cheio de psicodelia e surpresas para seus ouvidos já certamente cansados de tanta cançãozinha pop-sentimental! (Murilo Macari)

Musicaos 105 - Karen Dalton (vozes femininas)
No Musicaos de hoje, dedicado a vozes femininas, trazemos ao ouvinte, diretamente das montanhas rochosas do Colorado, uma cantora e compositora americana de origem cherokee chamada Karen Dalton. Devido à sua voz universal e melancólica ela chegou a ser considerada a “resposta folk” a Billie Holiday. Em meio ao canto dos pássaros, os ouvidos atentos do ouvinte poderão reconstituir, a partir dos sons que brotam do ambiente tranquilo, a atmosfera rural na qual as gravações foram realizadas. O disco ficou conhecido como Green rocky road.  São gravações originais de Karen, feitas em casa e em duas faixas, por ela e seu parceiro Joe Loop, em 1963. É uma preciosidade original e intimista que contém toda a tradição country-folkcom influência blues da compositora. Vamos conferir! (Sabrina Blues)

Musicaos 106 - King Crimson III (rock progressivo)
Nesta terceira aventura musical que homenageia o grupo britânico King Crimson, o Musicaos proporciona ao ouvinte a audição de peças dos álbuns Discipline (1981), Beat (1982) e Three of a perfect pair (1984). Durante a década de 1980, esses titãs do rock progressivo surpreenderam o público e trouxeram ideias minimalistas, concretas e até mesmo dodecafônicas para o ambiente pop. As criativas canções dessa fase new wave do “Rei Carmesim” são belíssimas experimentações que merecem integrar o acervo da música mais artística e inovadora do século XX e devendo ser apreciadas e degustadas com atenção. Se você é um desses degustadores de sons diferentes, o Musicaos 106 é para você! (Lucas Boa Viagem)

Musicaos 108 - Billie Holiday (vozes femininas)
No programa de hoje, da série especial Vozes Femininas, ouviremos toda a profundidade e beleza do último álbum gravado por uma das maiores cantoras de jazz, Billie Holiday, o Lady in satinde 1958. Billie é uma daquelas personagens raras na música popular, em que a personalidade da artista sobrepõe a da estrela. ...E a história de vida desta personalidade, com todos os altos e baixos que uma vida agitada e conturbada pode proporcionar, está definitivamente contida em sua música. Vamos ouvir agora o último e comovente álbum daquela que viveu nos palcos sua maior experiência de amor: Billie Holiday. (Sabrina Blues)

Musicaos 110 - Tributo aos Beatles (pop-rock clássico)
Com este Musicaos começa uma série de programas em tributo aos Beatles, certamente um dos grupos musicais mais famosos, adorados, polêmicos e bem-sucedidos da história da música pop. Não há quem nunca tenha ouvido falar deles, ou nunca tenha ouvido uma canção sequer. Por isso, a proposta deste programa especial é apresentar versões das músicas mais clássicas do lendário quarteto britânico, nas mais diferentes roupagens e estilos interpretativos. Se você tem mais de 50 anos de idade (ou é fã dos Beatles mesmo não tendo vivido a época) não pode deixar de ouvir o Musicaos de hoje! (Dayane Pacheco)

Musicaos 111 - Tributo aos Beatles II (pop-rock clássico)
Continuando a série de programas dedicada aos Beatles, hoje temos uma mistura de canções já clássicas com algumas um pouco menos: aquelas conhecidas apenas pelos fãs mais entusiásticos. Contudo, não se preocupe. Se as músicas são estranhas esta é a oportunidade perfeita. Além de você conhecer mais a fundo esse grupo inglês importantíssimo para a história do rock e da música pop, este programa com certeza vai animar você, pois as releituras são cheias de distorção e daquele rock n’ roll que a gente tanto gosta. Aproveite o programa e torne seu dia melhor ainda, com muito Beatles! (Dayane Pacheco)

Musicaos 112 - Tributo aos Beatles III (pop-rock clássico)
Nesta terceira edição em tributo aos Beatles, vamos trilhar caminhos um pouco mais românticos ao som das melodias do quarteto mais amado da década de 1960, mas vamos também com o rock característico do período. Apesar de ter brilhado por apenas dez anos, os Beatles conseguiram revolucionar a história da música, indo do folk rock até o rock psicodélico, passando por pitadas de experimentalismo. Ouviremos hoje, por exemplo, versões dançantes de I want to hold your handI saw her standing theree a lindíssima versão instrumental feita para Lucy in the sky with diamonds. Então, vamos aí com um Musicaos p’ra nenhum beatlemaníaco botar defeito! (Dayane Pacheco)

Musicaos 113 - Tributo aos Beatles IV (pop-rock clássico)
Neste programa continuamos nossa série de tributos aos magníficos garotos de Liverpool: The Beatles! Ouviremos alguns clássicos, mas também pérolas não tão conhecidas, como Blackbird e Magical mystery tour, aqui em interpretações criativas, inovadoras, que revelam a preciosidade dessas canções. É como se, em meio à escuridão e mesmice, surgissem raios de sol. É essa a sensação que tenho ao ouvir versões suaves e românticas (e outras sombrias e misteriosas) que demonstram, mas também fazem crescer, o gênio artístico desse grupo tão amado por tantas gerações! Os Beatles reapresentados, revisitados, por diversos músicos de talento? É só aqui mesmo, no Musicaos! (Lucas Boa Viagem)

Musicaos 117 - Dickie Landry & Philip Glass (clássicos do séc. XX)
A estética minimalista já passou diversas vezes por aqui, especialmente pela batuta do já canonizado Philip Glass - o mais pop dos clássicos recentes. No entanto, neste programa vamos conhecer um compositor que não desfruta da mesma fama de Glass, mas que contribuiu com ele, tocando saxofone e flauta em shows e gravações. Trata-se de Dickie Landry. No disco Fifteen saxophonesLandry explorou a linha minimalista com características bem peculiares, em que flauta e sax tecem belas sonoridades e climas, ensaiando nova vertente minimalista e enriquecendo o panorama da música do século XX. Além de compositor, Dickie Landry também trilhou caminhos pelas artes visuais, conjugando linguagens de forma brilhante! (Lucas Thomasi)

Musicaos 119 - Be-bop (jazz moderno)
Assim como diversos outros estilos musicais da primeira metade do século XX, o be-bop serviu como ponto de transição de uma vertente mais “clássica”, tradicional e conservadora do jazz, para uma manifestação mais moderna desse estilo. Hoje, quando pensamos em jazz, nossa mente com certeza indica o be-bop como definição ou pilar importante dessa música que, aliás, não se destinava a agradar grandes públicos, mas sim a audiófilos mais exigentes, como é até hoje. Nesta viagem sonora contaremos com interpretações dos mais respeitados membros desse panteão de jazzistas, tais como Thelonious Monk, Miles Davis, Sal Salvador e muitos outros. (Lucas Boa Viagem)

Musicaos 123 - Qual é mesmo o nome? (MPB)
A quase unanimidade é colocar como título da música palavras presentes nos primeiros versos, ou no último. Se você se lembrar de suas músicas preferidas, será que em todas elas o título não está logo ali, bem no início da letra? O Musicaos de hoje lembra várias pérolas da música popular brasileira que têm um título que é bem adequado para a música, mas que não "aparece" na letra. Relembre algumas delas e talvez você passe a conhecer algumas que ainda não ouviu. (Hugo Melo)

Musicaos 124 - Hermeto Pascoal (instrumental brasileiro)
O renomado compositor e performer alagoano Hermeto Pascoal é, de longe, um dos músicos mais talentosos de nosso país, sendo reconhecido internacionalmente por sua habilidade de transitar por estilos e juntá-los num só lugar - música nordestina e jazz, por exemplo - a cujo resultado ele chama de chama de “música universal”. Neste programa continua o desbravamento da obra de Hermeto Pascoal, agora por intermédio de registros feitos na década de 1980, maravilhosos, intitulados Hermeto Pascoal e grupo, Lagoa da canoa, Município de Arapicara Brasil universo. Só aqui no Musicaos você ouve tamanhas alquimias sonoras. (Lucas Boa Viagem)

Musicaos 126 - Bobby Enriquez (jazz)
Roberto Delprado Yulo Enriquez começou a tocar piano aos quatro anos de idade e se tornou profissional aos 14. Ele era chamado de Wildman, “Selvagem”, por seu estilo forte, com influências de Art Tatum e Oscar Peterson. Sua técnica e capacidade de improvisação eram muito elaboradas. Bobby Enriquez gravou poucos discos, ao longo de uma carreira internacional que durou pouco mais de 10 anos. Este programa apresenta algumas de suas interpretações mais marcantes. (Hugo Melo)

Musicaos 127 - Gustav Holst por Isao Tomita (clássicos em novas roupagens)
O compositor britânico Gustav Holst é um dos grandes medalhões da música de concerto do século XX, sendo sua suíte Os planetas de extrema importância em tal cenário musical. Contudo, como sempre fazemos aqui no Musicaos, não nos interessa a versão original de Os planetas, para orquestra sinfônica, mas algo diferente, alternativo. Por isso, vamos explorar a interpretação que o japonês Isao Tomita fez com seus sintetizadores eletrônicos, recriando e dando novos sentidos e luzes à maravilhosa obra de Gustav Holst. Música que une astrologia e sintetizadores espaciais só poderia tocar aqui mesmo, no Musicaos! (Lucas Boa Viagem)

Musicaos 129 - Varèse, Schaeffer e Henry (música eletroacústica)
Neste programa abandonaremos quase tudo que a música, assim conhecida como música, mais preza: notas musicais, instrumentos e... músicos! Os compositores convidados para este programa dispensam qualquer tipo de padrão musical que seja comum àquele que nos acostumamos a chamar de “clássico”. Edgar Varèse, Pierre Schaeffer e Pierre Henry se destacaram por buscar novas sonoridades para suas composições, encontrando na música eletroacústica, gerada pelo processamento elétrico/eletrônico de sons e ruídos, grandes mananciais ao serviço da música realmente moderna. Por isso, não se assuste: abra os ouvidos, pois qualquer som/ruído se transforma em música no Musicaos de hoje! (Lucas Thomasi)

Musicaos 132 - Stephane Grappelli (jazz)
Stephane Grappelli estudou piano no Conservatório de Paris, mas adotou o violino como instrumento principal. Com o guitarrista Django Reinhardt, Grappelli criou o quinteto do Hot Club de France. Com centenas de gravações ao violino, com seu estilo suave, quase cantado, ele se firmou como um dos músicos mais importantes da história do jazz. Entretanto, este programa apresenta algumas raras gravações de Grappelli ao piano, sua segunda paixão. (Hugo Melo)

Musicaos 134 - Duetos (MPB)
Este programa apresenta músicas que foram compostas para serem cantadas por dois cantores, contando uma história como se fosse um diálogo, um estilo comum em musicais, mas que tem poucos exemplos na MPB. São 16 exemplos que vão de Ary Barroso e Lamartine Babo até Chico Buarque e Tom Jobim, sem nos esquecermos de Teresa da praia, um dos duetos mais clássicos e mais regravados da MPB. (Hugo Melo)

Musicaos 135 - Tributo aos Beatles IX
“Quem não gosta dos Beatles bom sujeito não é. É ruim da cabeça, ou doente do pé!”. Assim diriam os fãs mais aficionados (em paródia à canção de Dorival Caymmi). Brincadeiras à parte, mesmo quem não gosta há de reconhecer a importância do quarteto inglês que levou o rock para o mundo. Reconhecendo essa importância e, consequentemente, a enorme variedade de regravações existentes, Musicaos chega ao nono programa em homenagem aos Beatles. Nele ouviremos algumas regravações de clássicas canções que vão de versões cover a releituras em diferentes estilos, feitas pelos mais variados artistas e conjuntos. (Felipe Pacheco)

Musicaos 136 - King Crimson VI
Pela sexta vez o programa Musicaos abre espaço para uma viagem sonora pela sedutora e intrigante música arquitetada no fértil imaginário da realeza escarlate. O grupo King Crimson foi pioneiro em seu estilo e teve uma vasta produção musical que, recheada das mais diversas influências de música vanguardista, não ficou restrita às vontades do mercado, destinando o conjunto à margem da indústria cultural massiva. No entanto, para os súditos do rei, não há ninguém à sua altura para tomar seu lugar. Então, para uma maior experiência musical escarlate, o Musicaos proporciona este encontro mais uma vez. Ouviremos algumas canções constituintes de quatro diferentes álbuns (três ao vivo e um de estúdio) dos soberanos do rock progressivo e experimental. (Felipe Pacheco)

Musicaos 138 - Luigi Dallapiccola (clássicos do século XX)
Tal qual nas ciências duras, o século XX trouxe para a música inovações que permitiram aos compositores, dali por diante, romperem com a tradição e explorarem o que antes parecia impossível mesmo para os próprios compositores. Um desses artistas desbravadores de dissonâncias, fruto típico do século XX, foi o italiano Luigi Dallapiccola. Sua obra foi marcada à brasa pelas agruras da guerra; pelo que sofreu nas mãos do fascismo italiano. Em Il prigionero, sua ópera mais popular, o prisioneiro libertado nunca se livra do eco do cárcere. Assim é o Luigi Dallapiccola compositor, artista que jamais deixou de representar em sua obra a realidade que sentiu na pele! (Lucas Thomasi)

Musicaos 139 - Juca Chaves e a história do Brasil
A música faz história, mas também comenta a história. Muitos compositores escreveram sátiras, marchas de carnaval criticando o governo, mas Juca Chaves, o Menestrel do Brasil, famoso por suas modinhas românticas e sátiras inteligentes, é um compositor que comentou a história, os acontecimentos recentes do Brasil. Vamos ouvir uma revisão crítica da história do Brasil, de 1957 a 1993, na voz de Jurandir Chaves. (Hugo Melo)

Musicaos 143 - Fábulas do jazz (jazz)
As fábulas existem há mais de dois mil anos. Walt Disney recriou muitas dessas histórias em animações, a partir dos anos 1930, e além do cuidado e inovação nos desenhos, as trilhas sonoras eram sempre refinadas e tiveram muitas versões e arranjos, muitos destes ganhando vida própria. Muitos músicos de jazz criaram versões que vêm sendo regravadas há décadas. Neste programa ouviremos 12 versões que eternizaram essas melodias. (Hugo Melo)

Musicaos 145 - Bessie Smith e Janis Joplin (blues clássico)
Nesta edição o ouvinte embarca no mais visceral e genuíno blues ao som de duas convidadas ultra especiais: Bessie Smith e Janis Joplin. A primeira foi protagonista do blues das décadas de 1920 e 1930. A segunda, representante máxima do blues no contexto roqueiro e psicodélico dos anos 1960 e 1970. Aliás, o blues foi (mas ainda é) a mais forte raiz do rock e ouvindo essas duas cantoras logo fazemos a ponte entre os estilos e entendemos tudo. Embarque, então, nessa história musical pelas vozes guturais e expressivas de Bessie e Janis, dois elos essenciais na evolução do blues. (Lucas Boa Viagem)

Musicaos 148 - Bob Dylan (folk-rock)
A edição de hoje do Musicaos é comemorativa e dedicada a um artista que em 2011 completou 50 anos de carreira. Ele já foi considerado o maior poeta vivo da canção norte-americana; contou e cantou eventos históricos contemporâneos importantes, como a Guerra do Vietnã, a luta pelos direitos civis e pela liberdade de expressão nos Estados Unidos. Cronista de seu tempo, ele se dedica a temas como religiosidade, solidão, conflitos entre gerações e, é claro, amor. Estamos falando de Bob Dylan. ...E deste poeta, compositor e cantor responsável pela fusão entre a canção tradicional norte-americana e rock and roll, ouviremos o disco pirata A rare batch of little white wonder, gravado por volta de 1966. Vamos ouvir também o álbum Hard rain, de 1976, que foi seu segundo disco gravado ao vivo. Fique agora com a inegável capacidade que tem Bob Dylan em criar melodias da mais simples e rara beleza, de alcance universal, que refletem a sinceridade com que esse poeta-músico se expressa! (Sabrina Blues)

Musicaos 149 - Bob Dylan II (folk-rock)
Apenas um programa para falar dos 50 anos de carreira desse compositor e cantor norte-americano é muito pouco! É claro que estamos dedicando mais um programa a Bob Dylan, o grande pioneiro em misturar a juventude e a atitude do rock and roll com a mensagem social e justiceira da canção folk norte-americana. Para este programa especial, selecionamos dois álbuns de Bob Dylan separados por uma década: Time out of mind, de 1997, e Modern times, de 2006. Historicamente falando, Bob Dylan foi uma espécie de resposta norte-americana à invasão inglesa de grupos como The Beatles e Rolling Stones, disseminando canções de letras fortemente politizadas e que apesar de extensas são magicamente sentidas e entendidas pelo público através da voz rouca e misteriosa do mestre Bob Dylan. (Sabrina Blues)

Musicaos 150 - Arranjos (jazz)
Os arranjos criativos de standardsjazzísticos são, muitas vezes, novas músicas. Na primeira parte deste programa apresentamos vários arranjos para o clássico Sweet Georgia Brown, que se tornou a trilha sonora do time de basquete, os Harlem Globetrotters. Na segunda parte, teremos interpretações tradicionais e modernas de Willow weep for me que, dependendo do arranjo, vai de melancólica a muito alegre. (Hugo Melo)

Musicaos 151 - Compositoras (MPB)
No universo da música, em geral a grande maioria dos autores são homens. Na MPB isso também é verdade, mas diversas compositoras de talento vêm constantemente criando músicas de qualidade. Este programa apresenta 15 exemplos de ótimas músicas, de A (Ana Carolina) a Z (Zélia Duncan), na voz das autoras ou de outras grandes intérpretes da música brasileira. (Hugo Melo)

Musicaos 152 - Arranjos II (jazz)
Músicos talentosos recriaram vários standardsjazzísticos, tornando-os quase novas músicas. Na primeira parte de programa ouviremos vários arranjos para a canção popular composta em 1932 por Ann Ronell, Willow weep for me, de 1949 a 1983. Na segunda parte, teremos o clássico de Billy Strayhorn, Take the A train, em arranjos que vão interpretados desde a orquestra de Duke Ellington até o brilhante pianista Michel Petrucciani. (Hugo Melo)

Musicaos 153 - Noel Rosa (MPB)
O programa de hoje lembra o poeta da Vila Isabel, Noel de Medeiros Rosa, o grande expoente do samba. Ele foi batizado assim porque o parto estava previsto para a semana do Natal. Falecido precocemente aos 26 anos, Noel compôs mais de 200 sambas, muitos deles obras primas regravadas até hoje. As 19 músicas neste programa são uma pequena amostra do gênio de Noel, que influenciou tantos compositores da música popular brasileira. (Hugo Melo)

Musicaos 154 - Big bands (jazz)
Asbig bandscomeçaram animando bailes e evoluíram, com arranjos sofisticados, para produzir melodias que eternizaram composições jazzísticas. Este programa apresenta as principais big bands, com Louis Armstrong, Glenn Miller, Teddy Wilson, Tommy Dorsey, Benny Goodman, Count Basie, Duke Ellington e Oscar Peterson, com seus grandes sucessos. Esperamos que essa apresentação desperte sua curiosidade para este imenso universo musical. (Hugo Melo)

Musicaos 155 - Trabalho (MPB)
Fazer música dá trabalho e, pensando nisso, o tema deste programa é o trabalho. As 14 músicas escolhidas para apresentar esse tema são quase todas divertidas; algumas sérias. Compostas entre 1930 e 1996, elas apresentam a visão de diversos compositores talentosos, em diversos ritmos musicais. No final é você que pode decidir se tanto trabalho vale a pena. (Hugo Melo)

Musicaos 156 - Arranjos III (jazz)
Cada arranjo de um clássico do jazz apresenta uma interpretação da música que destaca diferentes aspectos e traz uma nova percepção. Cada músico recria, à sua maneira, uma canção, tornando-a sempre atual. Na primeira parte deste programa temos vários arranjos da música Take the A train, a linha do metrô que levava aos clubes de jaz em Nova Iorque. Na segunda parte, a divertida Sweet Georgia Brown, desde a versão romântica de Nancy Sinatra até o estonteante piano de Harry Connick Jr. (Hugo Melo)

Musicaos 157 - Modern Jazz Quartet (jazz)
John Lewis, Percy Heath, Connie Kay e Milt Jackson. Um quarteto de jazz com piano, baixo, bateria e vibrafone deu uma roupagem sofisticada a clássicos jazzísticos e gravou também muitas composições próprias, criando uma sonoridade inconfundível. Este programa apresenta só alguns exemplos da extensa obra desse lendário conjunto de jazz, em gravações de 1956 a 1987. É apenas uma pequena amostra do enorme talento dos integrantes do histórico Modern Jazz Quartet. (Hugo Melo)

Musicaos 158 - György Ligeti (clássicos do século XX)
Sabe aquela música cheia de suspense, que parece existir apenas nas trilhas de filmes? Pois é, o programa Musicaos de hoje é dedicado às paisagens sonoras do compositor húngaro György Ligeti, que foi um dos grandes compositores do século XX e teve sua música bastante utilizada pelo cinema. É por isso que ouviremos neste programa músicas que foram utilizadas como trilhas sonoras nos filmes 2001: Uma odisséia no espaçoA ilha do medo, utilizadas pelo cineasta Stanley Kubrick, entre outras. Ligeti foi um compositor bem eclético, sendo muito difícil definir sua música em termos formais, pois ela escapa totalmente do convencional. Ele busca afinações diferentes e sonoridades sempre novas, sem se preocupar com os padrões tradicionais da música clássica e romântica. Bons exemplos dessas novas sonoridades são as músicas que abrirão este programa. Agora, é só ouvir. (Sabrina Blues)

Musicaos 159 - Mamadou Diabate & Musa Suso (África)
O programa de hoje tem um clima todo ritualístico, espiritual, com músicas que representam a comunicação direta com forças e divindades que regem a natureza, os planetas e todo o Universo. Dois músicos africanos tocadores de kora são os responsáveis por essa viagem spiritual. Mamadou Diabate nasceu na República do Mali, país da África Ocidental, e veio de numa família de artistas tradicionais que usam a música para manter viva a memória e a tradição de seu povo. Desde criança Mamadou toca um instrumento tradicional da África Ocidental chamado kora, uma espécie de harpa-alaúde com 21 cordas, de som delicado e envolvente. Desde 1996, Mamadou está radicado em Nova Iorque e recebe artistas de Mali em turnê pela América do Norte. Mamadou também trabalhou com músicos de estilos variados, especialmente do jazz. Também da África trazemos outro instrumentista de kora chamado Musa Suso. Nascido no Gâmbia, ele também preserva a tradição, a sabedoria e o conhecimento naturais de seu povo. (Sabrina Blues)

Musicaos 160 - Clementina de Jesus (cantos de escravos)
A convidada especial de hoje é a cantora Clementina de Jesus. Nascida em 1901 no interior do Rio de Janeiro e neta de escravos, ela aprendeu com a mãe a cantar jongos, lundus, corimãs, incelenças e cantos de trabalho dos escravos. Tornando-se uma das maiores representantes de uma arte africana ancestral e genuína, a cantora ligava a moderna cultura negra brasileira à África Mãe. Ela trabalhou como lavadeira, passadeira e empregada doméstica até ser descoberta, em 1963, pelo compositor, poeta e produtor Hermínio Bello de Carvalho e foi a partir daí que o mundo da música profissional se abriu para a cantora; ela começou a gravar discos e a participar de trabalhos de músicos já ilustres; Pixinguinha, por exemplo. No programa de hoje vamos ouvir Clementina de Jesus interpretando cantos de escravos, cantos religiosos e folclóricos. Imperdível. (Sabrina Blues)

Musicaos 162 - Rita Lee (rock nacional)
Rita Lee é, incontestavelmente, uma grande representante da música pop brasileira. Ao longo da carreira, ela esteve à frente de vários grupos e transitou por diversos estilos, mas só encontrou o sucesso de público com interpretações sensuais (como o povo gosta) e rocks românticos (que até vovó curte), consolidando-se como uma bem-sucedida cantora. No início, contudo, Rita era 100% rock and roll, transgressora e irreverente, tanto que chegou a se comparar com Ozzy Osbourne. É esse espírito roqueiro que o Musicaos de hoje explora, trazendo ao ouvinte rock brazuka da melhor qualidade, crítico e de espírito sempre jovem: nada de apelação sentimental. (Lucas Boa Viagem)

Musicaos 164 - Pena Branca e Xavantinho (música caipira)
Este programa Musicaos traz um pouco da saudosa dupla Pena Branca e Xavantinho. Caipiras de verdade, do Sul de Minas Gerais, ambos trabalharam na roça durante a infância e a juventude. Na década de 1960, quando decidiram sair do interior e mostrar sua música de gente simples da roça, eles logo chamaram a atenção de produtores e artistas interessados em nossas raízes, como Rolando Boldrin, Milton Nascimento, Renato Teixeira e Almir Sater. Foi então que tudo começou. Bem diferentes das centenas de duplas falso-sertanejo-urbano-country-bregas que infestam o universo há mais de 40 anos, Pena Branca e Xavantinho cantam as coisas do campo e do sertão, realidades que eles viveram de fato, e fazem isso com poesia, elegância e sinceridade. Aqui eles apresentam composições próprias e temas de Folias de Reis; cantam sobre o trabalho na roça, a vida do retirante nordestino e do boiadeiro; sobre as dificuldades do caminho e as saudades do que fica para trás. (José Estevam Gava) 

Musicaos 165 - Keith Jarrett (piano solo)
Esse pianista norte-americano teve formação clássica. Porém, como ele mesmo afirma, nunca se limitou a tocar apenas as notas escritas no papel. Sendo assim, com espírito livre, ele sem demora migrou para o universo do jazz, tornando-se um dos mais aclamados representantes contemporâneos do estilo. Na série de cinco programas que inicia hoje, dedicada a Keith Jarrett, ele extrapola o idioma e as convenções do jazz para adentrar sonoridades apolíneas, translúcidas, pairando acima das coisas dos homens. Se você é músico logo notará a linguagem modal e os ostinatos de mão esquerda, marcas registradas dos improvisos “clássicos” de Keith Jarrett. Nossa viagem pelos sons mágicos desse pianista começa com um LP duplo lançado em 1977: Staircase(“escadaria”). Com certeza, um caminho para as mais elevadas dimensões da música. (José Estevam Gava)

Musicaos 166 - Keith Jarrett II (piano solo)
Esse pianista norte-americano teve formação clássica. Porém, como ele mesmo afirma, nunca se limitou a tocar apenas as notas escritas no papel. Sendo assim, com espírito livre, ele sem demora migrou para o universo do jazz, tornando-se um dos mais aclamados representantes contemporâneos do estilo. Este é o segundo programa especial dedicado a Keith Jarrett. Aqui, também, ele extrapola o idioma e as convenções do jazz para adentrar sonoridades apolíneas, translúcidas, pairando acima das coisas dos homens. Se você é músico logo notará a linguagem modal e os ostinatos de mão esquerda, marcas registradas dos improvisos “clássicos” de Keith Jarrett. A longa peça que ouviremos hoje é, na verdade, a gravação ao vivo de um recital que Keith Jarrett realizou na cidade de Colônia, Alemanha, em 1975; trabalho belíssimo, conhecido como Concerto de Colônia. Musicaos: música para ouvir. (José Estevam Gava)

Musicaos 167 - Keith Jarrett III (piano solo)
Esse pianista norte-americano teve formação clássica. Porém, como ele mesmo afirma, nunca se limitou a tocar apenas as notas escritas no papel. Sendo assim, com espírito livre, ele sem demora migrou para o universo do jazz, tornando-se um dos mais aclamados representantes contemporâneos do estilo. Este é o terceiro programa especial dedicado a Keith Jarrett. Aqui, ele também extrapola o idioma e as convenções do jazz para adentrar sonoridades apolíneas, translúcidas, pairando acima das coisas dos homens. Nas músicas que ouviremos hoje, os traços de jazz e blues não estão completamente ausentes, mas aparecem de maneira muito sutil e apenas em alguns trechos. Em geral, Keith Jarrett explora formas mais livres, baseadas no idioma modal, com alternância entre trechos de extremo lirismo e outros mais enérgicos e ritmados. Os ostinatos de mãos esquerda e o caráter modal são, por assim dizer, marcas registradas de Keith Jarrett em seus improvisos não jazzísticos, o que resulta numa música ritualística, introspectiva e encantatória; puríssima e de rara beleza. (José Estevam Gava) 

Musicaos 168 - Keith Jarrett IV (piano solo)
Esse pianista norte-americano teve formação clássica e, desde meados do século XX, mantém uma sólida carreira no meio jazzístico. Contudo, Keith Jarrett deixa seu traço mais pessoal quando toca sozinho, quando improvisa livremente e extrapola a linguagem do jazz, visitando idiomas musicais mais variados. É por isso que, além de um jazzista tradicional, Keith Jarrett também é conhecido como músico new age, clássico, clássico contemporâneo e até gospel, em certos momentos. Ele normalmente mistura vários estilos em seus improvisos, tornando difícil qualquer definição muito objetiva p’ra sua música. O programa de hoje deixa essas misturas bem evidentes. É música que não é composta nota por nota, não é planejada; brota espontaneamente do simples ato de tocar o instrumento. Essa é uma capacidade que muito poucos músicos têm, mas que Keith Jarrett exerce com a maior naturalidade. (José Estevam Gava)

Musicaos 169 - Keith Jarrett V (piano solo)
Hoje, fechando a série de cinco programas dedicados ao pianista norte-americano Keith Jarrett trazemos para o ouvinte um CD triplo importado, lançado na Europa em 2009, contendo gravações ao vivo que Keith Jarrett fez em Paris e Londres no ano anterior. Diferentes de outros concertos em que Keith Jarrett improvisa longamente, esses trechos dos concertos de Paris e Londres que ouviremos hoje são mais curtos, de cinco a nove minutos cada um. Iniciaremos ouvindo o pianista improvisando numa linguagem dodecafônica, bem cromática, que depois se aproxima levemente do idioma jazzístico. Os trechos seguintes são improvisos sobre bases modais que misturam vários traços étnicos, mas que também apresentam trechos cristalinos, de grande pureza, sem nenhuma referência ao jazz ou suas raízes. No trecho final, Keith Jarrett retoma as convenções do idioma jazzístico; faz referências ao negro spiritual, ao blues e também ao gospel, estilos nascidos das etnias negras norte-americanas que somados e atualizados resultaram no jazz. Depois de tantos voos por terras estranhas, o artista retorna às origens. Não poderia haver melhor fechamento para esta série de programas dedicados à música de Keith Jarrett. (José Estevam Gava)

Musicaos 170 - Almeida Prado (clássicos brasileiros)
Se a música de concerto composta no século XX já é uma ilustre desconhecida, imagine aquela feita por compositores brasileiros! É justamente o caso de Antonio Rezende de Almeida Prado. Nascido na cidade de Santos, Estado de São Paulo, em 1943, e falecido em 2010, ele foi um dos grandes do século XX no âmbito da música de concerto (ou “artística”). Por questões que remontam ao final do século XIX e início do XX e envolvem a indústria cultural e os meios de comunicação de massa, toda a música que não se enquadra nos modelos clássico-românticos e da música ligeira é até hoje sutilmente qualificada como “não música”. Por isso, estranha aos ouvidos formatados pelo dó-re-mi tradicional, essa música é até hoje banida de cena, solenemente afastada do grande público. Mesmo assim, vítima dessa situação e raramente lembrado, Almeida Prado compôs um dos repertórios pianísticos mais belos e originais. Neste programa, por exemplo, ouviremos algumas Cartas celestesPoesilúdiosdesse compositor, além de trechos representativos de sua obra sinfônica. (José Estevam Gava)

Musicaos 171 - Futebol (MPB)
A “inteligência cultural” brasileira vive a nos ensinar que música e futebol são paixões nacionais. Verdade ou invenção, neste Musicaos teremos canções cujas letras tratam de futebol. Muita gente da MPB já utilizou esse tema, desde aqueles da velha guarda como Ari Barroso (que além de compositor também era radialista), Pixinguinha, Jackson do Pandeiro e Jacob do Bandolim até os mais novos como João Bosco, Aldir Blanc, Gilberto Gil, Chico Buarque, Novos Baianos, Jorge Ben (hoje, Jorge Ben Jor) e Ultraje a Rigor. Jorge Ben, por exemplo, compôs o sucesso Fio Maravilha. Fio era um grande jogador do Flamengo e não gostou de ouvir seu nome numa música. Por isso, abriu processo judicial contra Jorge Ben que, em 1975, rebatizou a música como Filho Maravilha. No fim das contas, Fio se lamentou pelo transtorno causado ao compositor e acabou agradecendo a homenagem. Vai entender?! Histórias da MPB; histórias do futebol. (José Estevam Gava)

Musicaos 172 - Sonoridade (MPB)
Vai aí mais um programa sobre MPB, “música popular boa” (tradução minha). Para hoje, o Musicaos fez uma caprichada seleção de canções clássicas que não se limitam apenas ao binômio texto e música, vão mais além, explorando sonoridades que ultrapassam a métrica e a rima, integrando com perfeição, arte e originalidade todos os parâmetros da composição: música, letra, instrumentação, arranjo, efeitos sonoros e interpretação. Obras do repertório MPB que mostram todo o vigor e originalidade da poesia musicada brasileira. Teremos grandes compositores (Lamartine Babo, João Bosco, Aldir Blanc, Tom Jobim, Maurício Tapajós, Chico Buarque, Djavan, Paulo César Pinheiro) e grandes intérpretes (Elis Regina, César Camargo Guarnieri, Miúcha, MPB4) que dão o sentido exato ao segmento musical conhecido como MPB, sigla que já defini lá em cima. Sim, sim! Nem toda a música popular brasileira é MPB. Entendeu? (José Estevam Gava)

Musicaos 173 - Suítes de jazz (jazz clássico)
Edward Kennedy Ellington, ou Duke Ellington, nasceu em 1899, faleceu em 1974 e provavelmente foi o mais essencial compositor de jazz, pianista e líder de orquestras de jazz de todos os tempos. Ele recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade dos EUA, a Legião de Honra francesa e foi o primeiro músico de jazz a entrar para a Academia Real de Música de Estocolmo. Filho de família humilde, ele estudou piano desde cedo, iniciando carreira profissional aos 17 anos de idade, tendo formado big bands e orquestras muito famosas. Além de música para dançar, missas, swinge música experimental, Ellington compôs, com alguns parceiros, várias suítes jazzísticas, peças elaboradas, em várias partes (daí o nome “suítes”) e que se mantêm atuais até hoje. Neste Musicaos você ouvirá três dessas obras: Togo brava suiteFragmented suite for piano and bassSuite thursday. Com vocês o grande duque do jazz: Duke Ellington. (José Estevam Gava)

Musicaos 174 - Compositoras brasileiras (clássicos do séc. XX)
Uma vez já disseram que o brasileiro é surdo para qualquer música que não seja cantada; para tudo que não seja canção pop linda e formatadinha de acordo com o padrão comercial. Este programa, além de ser dedicado à música de concerto, criativa, diferente e sem cantores charmosos, traz para você três compositoras brasileiras - coisa rara nesse cenário que privilegia o sexo masculino. Ou seja, este Musicaos cumpre bem sua missão de tocar o que nenhum outro programa toca. Você ouvirá com total exclusividade composições de Jocy de Oliveira, Roseane Yampolschi e Marisa Rezende. Uma paranaense e duas cariocas. Todas são bem conhecidas e respeitadas internacionalmente no restrito meio da música de concerto e experimental, mas são totalmente ignoradas fora disso. Música nova e criativa? É aqui mesmo! (José Estevam Gava)

Musicaos 175 - Jorge Antunes (clássicos brasileiros)
Assim como no programa anterior, teremos hoje outro notável compositor brasileiro sem a mínima chance de ser conhecido pelas pessoas normais: o carioca Jorge Antunes. Seu talento e criatividade são imensos. Ele é considerado o grande pioneiro da música eletrônica e eletroacústica no Brasil, mas, obviamente, fica completamente ignorado. A indústria cultural bem que podia gravar composições dele, mas não grava. Prefere apostar no que é certo e tradicional: Heitor Villa-Lobos e Tom Jobim, por exemplo. Prefere repetir músicas de cem anos atrás. Uma pena. Ainda bem que existe o Musicaos, que tem a missão de tocar música impossível de ser ouvida em situações normais. Música para oito pessoas tocando coisasViagem ao fundo do oceano cerebralsão duas composições de Jorge Antunes que você ouvirá hoje em primeira mão. Tem coragem? (José Estevam Gava)

Musicaos 176 - Francisco Mignone (clássicos brasileiros)
O Musicaos está numa fase bem nacionalista, tocando compositores brasileiros essenciais para a nossa cultura, mas que obviamente estão relegados ao esquecimento porque a indústria cultural não acredita neles. O paulista Francisco Mignone é um desses não comerciais. Ele figura com letras grandes em qualquer livro de história da música, mas, como não é cantorzinho pop, não tem a mínima chance de existir e ser ouvido. O programa de hoje, além de se dedicar à obra de Francisco Mignone, escolheu suas 16 valsas para fagote solo. Obra espetacular. Brasileira do início ao fim. Sim, mas... “fagote solo”? O que é isso? –Quem ouvir saberá. (José Estevam Gava)

Musicaos 177 - Clássicos brasileiros (coletânea nacional)
O nome já diz tudo: “clássicos brasileiros”. Sim: música inovadora, única e transgressora que por seu alto valor artístico tornou-se clássica e eterna, mas desconhecida. É música ignorada pela indústria cultural que só aposta nos velhos Mozarts e Tons Jobins, ou então nos novos astros mega pop de sempre, todos iguais. Radicalizando ainda mais, escolhemos para este programa apenas obras feitas para instrumentos solistas, como trombone, fagote e trompa. Sons diferentes e criativos, feitos apenas p’ra se ouvir e se deliciar. Mais nada. E os compositores? Quem são? –Osvaldo Lacerda, Bruno Kiefer, Jorge Antunes, Guerra-Peixe e outros tantos ainda mais desconhecidos. Fazer um programa com a música desses camaradas só foi possível porque a Funarte, décadas atrás, lançou alguns elepês sem fins lucrativos. E as gravadoras comerciais? –Não, elas nem querem saber dessa música “inaudível”! (José Estevam Gava)

Musicaos 178 - Clássicos brasileiros II (coletânea nacional)
Esta é a segunda edição de clássicos brasileiros, seleção de música pura e inovadora que é devidamente ignorada pela indústria do disco que prefere, por conveniência, só apostar em músicas estrangeiras já conhecidas. Só p'ra contrariar, nesta edição teremos, por exemplo, músicas de Radamés Gnattali, Guerra-Peixe, Gilberto Mendes e Joaquim Koellreutter (esse alemão que se radicou no Brasil e disseminou por aqui formas bem diferentes de compor e pensar a música). Além deles, teremos dois Josés que fazem música fora dos padrões comerciais: José Siqueira e José Ursicino da Silva. Todas essas preciosidades nós extraímos de LPs gravados pela Funarte, de décadas atrás. Aproveite a chance, pois você dificilmente ouvirá essas músicas de novo. (José Estevam Gava)

Musicaos 179 - Armorial (música nordestina de raiz)
No programa de hoje teremos dois grupos musicais criados para aproveitar o rico e quase desconhecido folclore nordestino, a Orquestra Armorial Cussy de Almeida e a Orquestra de Cordas Dedilhadas de Pernambuco. A primeira é uma orquestra de cordas tradicional com adição de flautas, violões, violas caipiras e percussão típica do Nordeste. A segunda orquestra, por sua vez, traz apenas instrumentos de cordas dedilhadas: violões, violas caipiras, bandolins, cavaquinho e contrabaixo, além da necessária percussão p'ra dar o toque final. Quem conhece um pouco de música medieval logo vai perceber semelhanças com a música dessas duas orquestras. É que o Nordeste teve desenvolvimento cultural diferente do resto do país, ficando meio à margem do que ocorria no Sul e Sudeste; ficando ainda preso às tradições ibéricas mais antigas. Exclusividades como essa, só aqui mesmo, no Musicaos. (José Estevam Gava)

Musicaos 180 - Grandes viagens do rock II (rock clássico)
Se você está na casa dos 50 anos de idade e esteve ligado no rock norte-americano e inglês do seu tempo por certo vai se lembrar do The Allman Brothers Band e do The Allan Parsons Project. Eles são dois lendários grupos musicais parecidos no nome e semelhantes em riqueza e qualidade musical. Aqui teremos uma música de cada um desses grupos; longuíssimas e belíssimas viagens sonoras. Pois é. Quem só ouve canções tristinhas, com até três minutos de duração, vai ter um pouco de dificuldade aqui. Vai achar tudo muito estranho e descabido. Bem... rock progressivo (art rock) é assim. Por que não tenta? (José Estevam Gava)

Musicaos 181 - Percussão (clássicos do século XX)
Um dos traços que por certo ajudou a definir a música de concerto do século XX foi a intensa exploração dos instrumentos de percussão. Sim, sim! Depois de quatro séculos de intensa exploração melódica e harmônica, chegou a vez dos ritmos e ruídos retomarem o lugar que lhes cabia no contexto da música ocidental mais criativa. Gente como os brasileiros Gustavo Aguilar, Edson Zampronha, Almeida Prado e Roberto Victório lançaram-se de cabeça nas percussões. Contudo, neste programa teremos também gente de fora, como Luka Ligeti, Toshiro Mayusumi e Frank Zappa. Deste último ouviremos suas Variações respiração de cachorroUncle Meat, p'ra orquestra sinfônica e percussões. O Musicaos é assim: a música levada aos seus extremos. (José Estevam Gava)

Musicaos 182 - Grandes viagens do rock III (rock clássico)
Hoje, você embarca outra vez em grandes viagens sonoras do rock and roll mais clássico. Vamos na companhia de Credence Clearwater Revival, Iron Butterfly, Ten Years After, Peter Frampton e The Doors. Todos eles surgiram na transição das décadas de 1960 para 1970, nos Estados Unidos e na Inglaterra, apresentando ao mundo ocidental seus rocks pesados, psicodelias e alucinações. Época de ouro do rock, quando tudo surgiu; fonte de sons cultuados e copiados até hoje pelos mais antenados nas coisas. Eu, pessoalmente, gostaria de destacar Peter Frampton em seus improvisos históricos à guitarra falada: Do you feel like we do?Será pecado ouvir e não reverenciar. (José Estevam Gava)

Musicaos 183 - Grandes viagens do rock IV (rock clássico)
Se o assunto é rock viajante, progressivo, evoluído, não dá p’ra esquecer daquele que foi o grupo mais representativo e bem sucedido do estilo: o Pink Floyd. Surgido em Londres no ano de 1965, o grupo logo alcançou fama e reconhecimento mundiais pelo alto nível de experimentação sonora, pela postura crítica diante de importantes questões sociais, pelas letras de grande carga poética e pela música sempre original e intensamente elaborada. No programa, três longas e históricas viagens sonoras: Dogs, do disco Animals, de 1977 (aquele que traz na capa a foto da usina de energia com quatro grandes chaminés), Lost for wordsHigh hopes, do álbum The division bell, de 1994. (José Estevam Gava)

Musicaos 184 - Grandes viagens do rock V (rock clássico)
O programa de hoje segue com mais algumas longas viagens sonoras do lendário e histórico Pink Floyd, grupo inglês da década de 1960 que levou o rock progressivo e experimental ao nível máximo de profundidade, beleza e criatividade. No programa, o lado A do LP Atom heart mother, de 1970 (aquele que traz a foto de uma vaca). Nos arranjos musicais, uma orquestra sinfônica integra o cardápio sonoro. Depois, a marcante Shine on you crazy diamond, que integrou o LP Wish you were here, de 1975. P’ra finalizar, a clássica e inesquecível Summer 68, que foi até tema de abertura do Jornal Nacional da Rede Globo. Se você viveu a época, prepare seu coração. (José Estevam Gava)

Musicaos 185 - Keith Jarret Spirits (música espontânea)
“Não será pecado essa separação que criamos em nossas vidas graças à ciência e à especialização? Ou será um sinal? Sinal de que restou apenas um canal de comunicação com esta terra desde que as religiões abandonaram esse canal para sobreviverem, organizando-se e se enriquecendo. ...E se esse canal for a arte? Sim, porque no seu sentido mais profundo arte é participação, não separação. ...E se a arte for a única maneira de penetrar a armadura que nós próprios criamos e que nos impede de vermos nossa verdadeira natureza?” (Keith Jarret) O Musicaos de hoje traz a música espontânea de Keith Jarret, livre de modelos, formatos, intenções e mensagens. Apenas música. Conexão com a natureza e outros níveis de consciência. (José Estevam Gava) 

Musicaos 186 - Jazz sinfônico (jazz clássico)
O jazz e a música de concerto tiveram vários pontos de contato e influenciaram-se mutuamente no início do século XX. As formas sinfônicas, suítes e rapsódias também foram usadas por compositores com experiência jazzística. Um dos mais conhecidos é Edward Kennedy Ellington, o Duke Ellington, que viveu de 1899 a 1974. Neste programa ouviremos diversas obras desse notável compositor, como Black and tan fantasyEbony rhapsodyHarlem suite, mas ouviremos também obras de outros compositores que igualmente trafegaram nas fronteiras entre rótulos e estilos musicais, como George Antheil e Dimitri Shostakovich. A música que não toca por aí toca aqui, no Musicaos. (Hugo Melo) 

Musicaos 187 - Eumir Deodato (instrumental brasileiro)
Eumir Deodato de Almeida, ilustre instrumentista, arranjador, compositor e produtor musical, nasceu no Rio de Janeiro em 1943. Sua carreira profissional começou em 1959, quando dividia o palco com os pioneiros da bossa nova, como Roberto Menescal e Durval Ferreira. Depois, Deodato fez arranjos para os primeiros discos de Wilson Simonal e Marcos Valle e gravou com Milton Nascimento, Elis Regina e Tom Jobim. Então, seguindo os passos de vários bossanovistas, Deodato mudou-se para Nova York em 1967 e dali conquistou o mundo com sua arte e extrema competência musical, seduzindo artistas do calibre de Aretha Franklin, Frank Sinatra e Tony Bennett. Ignorado por aqui; premiadíssimo e muito requisitado no exterior, este é Eumir Deodato. Ainda dá tempo de conhecê-lo. (Hugo Melo)

Musicaos 188 - J. S. Bach (clássicos em novas roupagens)
O programa de hoje levará você a um passeio pela música daquele que é o mais essencial dos compositores clássicos europeus: Johann Sebastian Bach. Nascido em 1685, ele começou na música aos dez anos de idade e em pouco tempo já era compositor, cantor, cravista, regente, organista, professor, violinista e violista. As obras J. S. Bach somam mais de mil, mas podem ter sido mais e em todas elas Bach atingiu a perfeição, o equilíbrio e o toque sublime que pouquíssimos compositores, vivos ou mortos, conseguiram atingir. Neste programa ouviremos composições de Bach atualizadas com toques de jazz, com especial destaque para as versões de Bach feitas pelo histórico grupo vocal francês Les Swingle Singers. (Hugo Melo)        

Musicaos 189 - Alimentos (alimentos em canções)
William Shakespeare escreveu que a música é o alimento do amor, mas é necessário cuidar também do físico e a comida inspirou muitas composições, fosse para enaltecer uma tradição local, homenagear alguém ou para tratar o tema de forma divertida. O programa de hoje selecionou alguns exemplos de boas músicas inspiradas por alimentos, incluindo até uma receita completa. Os mestres de cerimônia deste banquete serão muitos, de Ella Fitzgerald, Louis Armstrong, Frank Sinatra, Sarah Vaughan e Beatles até Dorival Caymmi, Paulinho da Viola, Chico Buarque, Yamandu Costa e Zeca Pagodinho. A mesa está posta e você é o nosso convidado especial nesta comilança musical. (Hugo Melo) 

Musicaos 190 - George Gershwin (a canção norte-americana)
No caos do Musicaos, você já sabe: o que vale é o ecletismo e a alta qualidade musical. Sendo assim qual outro compositor representaria mais bem esse ecletismo e alta classe do que o norte-americano George Gershwin? Vejamos: ele compôs temas clássicos de jazz, canções pop, música de concerto e até a ópera Porgy and Bess, de 1935 que, pode-se afirmar sem medo, jamais esteve fora dos palcos. Mas Gershwin também compôs muita música para pianolas, pianos automáticos em que o código musical era marcado em rolos de papel. É assim que começa o programa de hoje, com ragtimes, canções, blues e música dançante desse notável compositor lá do Tio Sam. Revelações como esta... só aqui mesmo, no Musicaos! (Hugo Melo)

Musicaos 191 - Laurindo de Almeida (instrumental brasileiro)
Laurindo de Almeida foi outro músico brasileiro que para ter reconhecimento e sucesso na profissão teve de exilar-se no exterior. Em 1944 ele já estava radicado nos Estados Unidos. Lá ele integrou as orquestras de Carmen Miranda e Stan Kenton, tocou com os maiores do jazz e gravou inúmeros standardsjazzísticos e pop por lá. Além disso, Laurindo de Almeida contribuiu decisivamente para a difusão da bossa nova em terras do Tio Sam. Números? –Sim: ele fez arranjos para 800 produções, incluindo filmes de Hollywood, e sua carreira foi coroada por seis prêmios Grammy (O Oscar da música). Violonista de primeira grandeza, ele faleceu em 1995, em Los Angeles, aos 77 anos de idade. Agora, é só ouvir um pouco da música que ele fez. (Hugo Melo)

Musicaos 192 - João Donato II (bossa nova e arredores)
Este é o segundo programa Musicaos dedicado a João Donato (sinal de que o rapaz é muito especial no contexto da MPB). Para dizer pouco, ele foi amigo de João Gilberto e grande influenciador da bossa nova (alguns até sustentam que foi João Donato o verdadeiro criador do famoso ritmo que seduziu o mundo!). Perseguindo os rapazes da bossa nova, Donato também decolou para a carreira internacional na década de 1960, levando para o mundo os ritmos latinos então mais desejados. Pianista de primeira linha, compositor, arranjador, parceiro de João Gilberto, Marcos Valle, Gil, Caetano, Paulo César Pinheiro, Cazuza e outros grandes. Precisa dizer mais? Se o assunto é MPB (“música popular boa”), é preciso haver João Donato na parada. (José Estevam Gava)

Musicaos 193 - Lobão (pop-rock nacional)
Nosso convidado especial de hoje, o Lobão, é presença constante e bem polêmica em discussões sobre o mercado musical. Ele é outro que tem muito a dizer, mas que foi relegado à marginalidade, ao submundo da música por não se adequar aos padrões estabelecidos pela indústria do disco e por dizer algumas verdades que não agradaram muito às emissoras de rádio comerciais que só tocam música em troca de dinheiro – o famoso “jabá”. Justamente por isso escolhemos dois CDs de Lobão que foram gravados, numerados e distribuídos de forma inédita até então, com produção independente e distribuição pela internet, bancas de jornal e lojas de departamento - livres das garras afiadas e ardilosas do big businessdo disco e das mídias comerciais. (José Estevam Gava)

Musicaos 194 - Os Mutantes (pop-rock nacional)
Hoje, ouviremos Os Mutantes, lendário grupo que teve Rita Lee nos vocais e alguns instrumentos (sim, Rita Lee, ela que mais tarde seria coroada a “rainha do rock brasileiro”). Os Mutantes misturavam vários estilos musicais, bem no espírito tropicalista da época, tendo o experimentalismo, o rock and roll, a liberdade e a psicodelia como linhas principais. Eles começaram suas aparições no final dos anos 1960, época em que também integraram o histórico disco Tropicália ou panis et circensis, ao lado de Gil, Caetano, Gal, Capinam, Torquato, Nara Leão, Tom Zé mais os arranjos do maestro Rogério Duprat. Desses pioneiros da cultura pop-rock nacional ouviremos boas canções com espírito tropicalista, zombeteiro e bem-humorado. Ouviremos, também, talvez os primeiros rocksprogressivos feitos em terras brasileiras. Belos solos de guitarra... Belas invenções sonoras... Só aqui mesmo! (José Estevam Gava)

Musicaos 195 - Joelho de Porco (pop-rock nacional)
O Musicaos de hoje dedica sua hora ao grupo musical que pretendeu entrar para a história como o mais mal-sucedido de todos os tempos, o Joelho de Porco. Sim, é claro: isso não passou de ironia, gracejo, pois os compositores e músicos que integraram o grupo entre 1966 e 2009, tempo em que ele existiu, sempre esbanjaram competência e criatividade. Se eles ficaram tão pouco conhecidos e prestigiados foi porque a mídia comercial nunca acreditou muito, e continua a não acreditar, em música que não trate de amor fracassado, sentimentalismo exagerado e, bem mais atualmente, vulgaridade. Mas uma canção do Joelho furou o cerco e ficou bem conhecida fora dos limites paulistanos, ao ponto de se tornar o hino oficial do curso de odontologia da UFPel: Mardito fiapo de manga. Lembra-se? (José Estevam Gava)

Musicaos 196 - Meredith Monk (minimalismo)
Pelo Musicaos já passaram diversos compositores de estilo minimalista, desde aqueles de linhagem mais clássica, como Philip Glass e Steve Reich, até aqueles que exploram o formato de canção, de música ligeira, como Laurie Anderson e Wim Mertens. Ouvindo o programa de hoje você conhecerá um pouco da obra de Meredith Monk, essa artista norte-americana que compõem na estética minimalista e usa técnicas estendidas na voz, produzindo sons pouco comuns, não consideradas pela técnica vocal clássica. Um dia, solicitada a definir sua música, Monk disse: “é uma espécie de canção folclórica de outros planetas”. Pintou uma curiosidade? Então, resta ouvir o Musicaos desta semana. Especialíssimo. (José Estevam Gava)

Musicaos 197 - Meredith Monk II (minimalismo)
É sempre assim: quando o artista é muito grande, quando tem muito a dizer, uma hora de programa é pouco. Por isso, o Musicaos desta semana continua com a música de Meredith Monk. Além de compositora, essa mulher é pianista, cantora, atriz, dançarina, coreógrafa, produtora e diretora de espetáculos multimeios que conjugam música, sons, luzes, movimentos, imagens e objetos. Como cantora, Meredith Monk se destaca pelo uso de técnicas estendidas na voz, produzindo sons nada ortodoxos. Além disso, suas canções não empregam palavras, apenas sons vocálicos. São outros sentidos para a canção; outras poéticas musicais. Quem se arrisca a ouvir? (José Estevam Gava)

Musicaos 198 - Meredith Monk III (minimalismo)
Se você perdeu os programas anteriores, também dedicados à música de Meredith Monk, tem mais uma chance de se surpreender com o talento e criatividade dessa incrível artista norte-americana. Sons estranhos; canções diferentes, sem palavras; canções provocantes, viajantes, encantatórias, instigantes e inspiradoras; novos sentidos na voz, novas poéticas musicais - bem diferentes do costumeiro dó-re-mi enquadradinho e sentimental de todo dia. Sim, existe muita música excelente para além dos limites estreitos que a indústria do disco e os meios de comunicação de massa nos oferecem. Basta estar disposto a ampliar a escuta, aventurar-se e se maravilhar com esses novos campos sonoros. Nosso programa foi criado com essa finalidade: libertar os ouvidos de toda música igual e previsível. É por isso que a música diferente e fora dos padrões você só ouve aqui, no Musicaos. (José Estevam Gava)

Musicaos 200 - A história do blues (blues clássico)
O blues foi um dos mais importantes (se não o mais importante) estilo musical do século XX. Isso porque ele é a raiz negra, a vertente estética e espiritual, de vários outros notáveis ramos da música pop, tais como jazz, rock, R&B, soul e funk. Sem o blues nada disso teria existido. Neste programa, o primeiro dedicado à história do blues, vamos explorar gravações históricas de Son House, Robert Johnson, Charlie Patton e tantos outros bluesmen lendários da primeira metade do século XX. (Lucas Boa Viagem)

Musicaos 201 - A história do blues II (Leadbelly)
A história do blues retorna ao Musicaos com um dos mais importantes personagens do estilo: Huddie Leadbetter, o conhecido Leadbelly. Ele foi muito atuante na popularização de várias canções tradicionais norte-americanas: músicas religiosas, temas infantis, canções folclóricas, histórias do campo e das cidades, sempre tendo o blues como base. A história de Leadbelly é a própria história do blues, que partiu de cenários rurais e chegou às grandes cidades, trajeto no qual ele foi grande pioneiro, levando a música das etnias negras até o público branco norte-americano. Neste Musicaos, alguns clássicos de Lead Belly contam a história e o legado desse grande artista do blues. (Antonio Spoladore)

Musicaos 205 - A história do blues III (Blind Lemon Jefferson)
Blind Lemon Jefferson foi mais um artista de blues que deixou a vida pacata e sofrida do campo, na primeira metade do século XX, e rumou à cidade em busca de melhores oportunidades. O estilo único de tocar blues, aos gritos, mas com total controle, e o violão complexo, tratado como segunda voz, permitiu que Blind Lemon vivesse de música. Esse privilégio, contudo, não eliminou de sua vida a tristeza e o sofrimento, que estiveram sempre presentes nas letras que ele cantava com o coração. Neste capítulo da história do blues fique, então, com esse mais puro e genuíno representante do blues - Blind Lemon Jefferson. (Antonio Spoladore)

Musicaos 207 - A história do blues IV (Big Bill Broonzy)
Neste quarto programa sobre a história do blues você conhecerá um pouco da vida e obra do grande bluesmanBig Bill Broonzy. Guitarrista de muito talento, Broonzy deixou a lama do Mississipi rumo à cidade e lá encontrou o caminho para o sucesso. Tanto que músicas como Key to the highwayHey heysão tocadas até hoje por gente de todo o mundo. Ao lado dessas versões, que ouviremos aqui, este Musicaos traz gravações em que Big Bill demostra todo seu talento como cantor, compositor e instrumentista. (Antonio Spoladore)

Musicaos 211 - A história do blues V (Lonnie Johnson)
O convidado especial deste programa é o incrível Loonie Johnson, músico cuja carreira foi toda ela dedicada ao jazz e principalmente à sua maior raiz: o blues. Nascido em terra de jazzmen, Lonnie Johnson foi um dos "bluseiros" mais elegantes da história. Com um estilo sofisticado de tocar violão, ele participou de gravações históricas ao lado de Duke Ellington e Eddie Lang. De outro lado, seus inúmeros blues e baladas também demonstram imenso talento e sensibilidade musical. Enfim, é mais um importante capítulo da história do blues contada hoje, aqui no Musicaos. (Antonio Spoladore)

Musicaos 216 - A história do blues VI (Leroy Carr)
Este Musicaos traz a música e a história de Leroy Carr, outro eminente cantor, mas que foi também pioneiro do piano blues. O programa toca músicas da parceria de Carr com o violonista Scrapper Blackwell, dupla de entrosamento e energia únicos, claramente notáveis em suas canções, como How long how long bluesBlues before sunrise, ambas de Leroy Carr. Ainda neste programa, a participação de ilustres convidados tocando Leroy Carr, como Buddy Guy, Memphis Slim, Eric Clapton, Dr. John e B.B. King. Não é pouca coisa! (Antonio Spoladore)

Musicaos 220 - Piano jazz (jazz clássico)
Neste programa Musicaos, cinco dos mais importantes pianistas da história do jazz apresentam seus talentos e genialidades em ótimas apresentações solo. Os convidados são Art Tatum, Thelonious Monk, Bill Evans, Oscar Peterson e Earl Hines. São belíssimas as atuações desses músicos, cada qual com seu estilo único e inconfundível constituindo monumentos históricos do casamento entre o piano e o jazz. Confira músicas que só esses artistas conseguiram oferecer com tanta grandeza, elegância, beleza e naturalidade. (Antonio Spoladore)

Musicaos 222 - A história do blues VIII (Robert Johnson)
Roberto Johnson foi uma figura essencial da história do blues e grande influenciador de diversos artistas que o seguiram. Ele ajudou a consolidar um dos mais importantes estilos de blues, estilo que ficou marcado como blues do Delta do Mississipi. Apesar de ter gravado menos de 30 canções de blues durante a vida, Robert Johnson é parte da história dos Estados Unidos, em torno do qual várias lendas se criaram, lendas que enaltecem a figura humana e enchem de significados suas músicas de estilo único. Ligue-se no Musicaos e conheça essa notável figura do blues. (Lucas Boa Viagem)

Musicaos 227 - Guinga (instrumental brasileiro)
No universo musical brasileiro há diversos heróis desconhecidos: compositores e intérpretes que não caíram nas graças do rádio e da TV e que, por isso mesmo, mantiveram-se afastados do grande público, apesar da altíssima qualidade de seus trabalhos. Um desses grandes músicos é Carlos Althier Escobar. Mais conhecido por Guinga, ele é compositor e violonista, autor de diversas músicas e canções, muitas já gravadas por grandes medalhões de nossa música, como Chico Buarque e Elis Regina. Nesta edição do programa apresentamos o maravilhoso álbum Roendopinho, lançado em 2014. Música popular brasileira da melhor qualidade é somente aqui, no Musicaos! (Lucas Boa Viagem)

Musicaos 228 - George Harrison (pop-rock clássico)
É fato que o grupo inglês The Beatles foi um dos acontecimentos musicais mais importantes da história da música, influenciando e inspirando tudo o que veio depois, moldando os séculos XX e XXI assim como fez Beethoven com os séculos XVIII e XIX. Cada um dos “quatro garotos de Liverpool” contribuiu à sua maneira para o estrondoso sucesso e alta qualidade das canções dos Beatles. Sendo assim, neste programa vamos explorar um pouco a obra do cantor, compositor e guitarrista George Harrison. Será uma interessante jornada pelo canto, música e poesia desse beatle que ficou um pouco ofuscado pelo brilho de seus colegas Lennon e McCartney, mas que foi tão grande como. (Lucas Boa Viagem)

Musicaos 231 - Egberto Gismonti II (instrumental brasileiro)
Esta edição do Musicaos propõe uma interessante jornada musical pela obra de Heitor Villa-Lobos através de arranjos inusitados e belas interpretações do multi-instrumentista Egberto Gismonti. Este grande artista dos sons estudou música de diversas maneiras, em conservatórios musicais, daqui e de fora, e em convivência direta com nativos do Xingu. Tudo isso deu a Gismonti a mais vasta paleta sonora. Neste programa, logo de cara, embarcamos noTrenzinho do caipira, aqui reinventado com sons sintetizados que dialogam com instrumentos acústicos. Ouçamos, então, esse inusitado encontro musical de dois gênios brasileiros, de ontem e de hoje. Heitor Villa-Lobos por Egberto Gismonti: Trem caipira(em fita K-7 original de 1985). Só aqui mesmo, no Musicaos! (Lucas Boa Viagem)

Musicaos 232 - Egberto Gismonti III (instrumental brasileiro)
O terceiro Musicaos dedicado ao grande compositor brasileiro Egberto Gismonti faz chegar aos ouvidos dos espectadores o maravilhoso disco Dança dos escravos, no qual o compositor fluminense demonstra toda sua virtuosidade ao tocar violão. Com um repertório que vai do simples ao complexo em um fluxo sempre arrebatador, o disco nos brinda com uma brasilidade única, que não perde a raiz folclórica mesmo quando evidencia elementos composicionais modernos e dodecafônicos. Certamente uma obra prima da música instrumental brasileira que você tem o privilégio de conferir aqui, no Musicaos! (Murilo Macari)

Musicaos 233 - Banda de música (instrumental brasileiro)
O Musicaos de hoje homenageia as antigas bandas de música, grupamentos musicais formados por sopros e percussão. O repertório das bandas de música era bem variado, composto por valsas, marchas, maxixes e dobrados (estes, especiais para eventos comemorativos). Na sua origem, as bandas de música eram militares e serviam para acompanhar e cadenciar as tropas em desfiles cívicos. Contudo, elas também tinham seu caráter artístico, oferecendo “concertos” às comunidades - raras ocasiões em que o povo tinha música instrumental ao vivo. Assim, elas ficaram bem populares em nosso país. Com o tempo, porém, essa cultura se perdeu, restando, hoje, poucas bandas de música (artísticas) em atividade por aqui. Por isso, é hora de dar um play, sentir-se de volta ao século XIX e ouvir música que é forte e solene, mas também romântica e divertida. (Elisa Chiarello)

Musicaos 234 - New age II (música da nova era)
Curioso notar como o movimento New Age “desembocou” numa manifestação musical de mesmo nome. Desembocar assim mesmo, entre aspas, pois as influências sempre seguem em vias paralelas, de várias mãos e tonalidades. A melodia calma, repleta de serenidade, vinda pela montagem instrumental do piano, harpas, violinos ou flautas é capaz de nos conduzir para outras sintonias que não as cercanias do cotidiano... e a sucessão das notas assume valor terapêutico, proporcionando calma interior. Vale a pena dar aos ouvidos esta oportunidade de entrega e relaxamento. (Gabriel Snak)

Musicaos 235 - Moacir Santos (instrumental brasileiro)
O nome do convidado de hoje no Musicaos pode soar estranho à maioria das pessoas. No entanto, esse nome está vinculado direta e firmemente à nossa melhor música e também à música internacional. Trata-se de Moacir Santos, nascido na cidade de Flores, interior de Pernambuco. Foi lá que ele deu os primeiros passos musicais, mas foi na cidade do Rio da década de 1940 que ele se firmou como grande artista. Moacir Santos deu novas perspectivas à música popular brasileira, ampliando as possibilidades harmônicas e rítmicas de forma inigualável. Foi assim que ele ganhou espaço cativo nos corações cariocas do seu tempo, seduzindo desde o grandíssimo “poetinha” Vinicius de Moraes até músicos de talento igualmente gigantesco, como João Donato e Baden Powel. Daí para o mundo bastou apenas outro passo. Ou seja: ouçam e saibam da grandeza do “maestro” Moacir Santos! (Lucas Thomasi)

Musicaos 236 - Maurício Dottori (série Compositores)
Narrado pelo próprio compositor, este Musicaos de Maurício Dottori traz a mais fresca música de concerto brasileira. Nascido em 1960, na cidade do Rio de Janeiro, Dottori já recebeu vários prêmios Funarte de Composição Clássica e hoje mora em Curitiba, onde leciona nos cursos de música da UFPR. Suas composições evocam um universo de emoções desconhecidas, que aparecem durante a madrugada ou em nossos sonhos, deixando-nos apenas uma tênue névoa como lembrança. Ainda que música pura, a obra de Maurício Dottori “namora” com outras linguagens artísticas, como em For the portraiture of clouds and sky, que é baseada em um poema de John Keats, ou como no Concerto pastoral, para uma soprano que caminha sobre o palco à procura de alguém! (Isabela Abreu)

Musicaos 237 - Laurindo Almeida & Bud Shank (samba-jazz)
No Musicaos de hoje teremos, na íntegra, o álbum Brazilliance (vol.1) - marco histórico do estilo samba-jazz. Essa obra nasceu de dois gênios da música, Laurindo Almeida e Bud Shank, e foi lançada em 1953, nos Estados Unidos. O diferencial desse trabalho foi mesclar ritmos latinos (baião, olodum, choro e, principalmente, samba) com o jazz. Dessa mistura inusitada Laurindo e Bud fizeram surgir músicas interessantes e divertidas, já que nenhuma delas se enquadra num único estilo. Tampouco é claro o estilo latino utilizado, como se do México para baixo tudo fosse uma coisa só! Vale lembrar que esse ramo musical, o samba-jazz, é considerado o antecessor da bossa nova, onda que surgiria no final daquela década e que ganharia o mundo a partir dos anos de 1960, mas que por aqui seria vista com certa “desconfiança” pelos mais puristas. (Letícia Lotto)

Musicaos 238 - Moondog (minimalismo & outras coisas)
Louis Thomas Hardin (ou Moondog) perdeu completamente a visão durante sua juventude, num acidente com explosivos, mas isso não ofuscou seu gênio criador de instrumentos, nem o dom de compor música. Nascido no Kansas em 1916, ele foi sem-teto em Nova York, onde era conhecido como “o viking da 6ª Avenida” devido a um capacete com chifres que ele usava. Em 1972, Moondog foi para a Europa e continuou morando nas ruas, até ser acolhido por uma estudante alemã. Foi então que Moondog começou a gravar e se apresentar dignamente em teatros, consolidando invejável carreira. A música de Moondog é tão forte, singular e interessante quanto a vida que ele teve e um pouco dela você terá aqui ao ouvir o álbum Sax pax for a sax, com o grupo The London Saxophonic. (Elisa Chiarello)

Musicaos 239 - Moondog II (minimalismo & outras coisas)
Se a vida do artista dita sua obra, nenhum músico fará algo que se aproxime do legado de Moondog. Cego desde os 16 anos de idade, esse compositor, poeta e inventor de instrumentos do Kansas morou na rua durante a maior parte de sua vida. Em Nova Iorque ele era conhecido como "o viking da Sexta Avenida", pois se apresentava pelas calçadas usando capacete com chifres e roupas de couro que ele mesmo tecia. Suas melodias singelas e hipnóticas parecem saber de algo que não sabemos, não pertencendo nem ao passado, nem ao futuro, combinando-se e se justapondo para criarem um grande todo, como incontáveis árvores formam a floresta que some de vista. (Isabela Abreu)

Musicaos 240 - A história do blues XII (Lightnin’ Hopkins)
O Musicaos de hoje retorna à envolvente história do blues. Nesta edição daremos especial destaque ao lendário Lightnin’ Hopkins. Texano, nascido em 1912, Hopkins veio de família humilde e trabalhou boa parte de sua vida na lavoura, vivência que repercutiu em sua música, nutrindo-a com o lamento rude e irônico próprio do blues. Em suas primeiras gravações, monoaurais, nota-se a extrema simplicidade formal do estilo. Por outro lado, é grande a carga de sentimentos por trás da maneira áspera com que esse bluesman  representa a vida real. Considerado um dos mais puros representantes das raízes do blues, Lightnin’ Hopkins jamais abandonou seu estilo; jamais se rendeu aos modismos da hora. Mesmo quando foi redescoberto em 1960, Hopkins recusou o estrelato, optando pela vida mais simples e pacata. Com vocês, então, aquele que é considerado “o último bluesmanda história”. (Letícia Lotto)

Musicaos 241 - Kraftwerk IV (música eletrônica)
Nesta edição teremos um grupo já “popular” aqui no Musicaos, o Kraftwerk! Os alemães dessa “usina de energia” ficaram conhecidos mundialmente por terem levado a música eletrônica ao cenário pop, mas com muito bom gosto e tremenda qualidade artística. O disco de hoje é o terceiro lançado pelo grupo e se chama Ralf und Florian, referência direta a seus fundadores: Ralf Hütter (que até hoje está no grupo) e Florian Schneider (afastado do Kraftwerk em 2009). Lançado em 1973, o disco Ralf und Floriané muito curioso, algo ainda “pré-pop”, experimental, livre e rock, sem as repetições melódicas e ritmos marcados que seriam a marca dessa “usina eletrônica”. (Lucas Boa Viagem)

Musicaos 242 - Sun Ra II (jazz fusion & free)
O “anjo de Saturno”, Sun Ra, está de volta ao Musicaos. Tocando suas trompas experimentais, Sun Ra e sua Arkestra nos levam aos limites do jazz: menos discurso musical e mais expressões sonoras frutos de sua total liberdade. Sun Ra (nome artístico de Herman Poole Blount) nasceu em Birmingham, Alabama, Tio Sam. Até aí, nada de especial. O legal mesmo foi ele ter sido abduzido por extraterrestres, levado até os confins do Cosmos e trazido de volta à Terra para espalhar conhecimento e paz entre os humanos. Alucinação de artista? Absurdo? O fato é que a música de Sun Ra é diferente de tudo o que já surgiu em nosso planeta! (Lucas Thomasi)

Musicaos 243 - Música indiana (músicas do mundo)
Este Musicaos mais que especial nos surpreende com a riqueza musical da Índia. Ignorada durante muito tempo por todo o mundo ocidental, o desenvolvimento e a sofisticação da música indiana têm mais de dois milênios de história. É interessante ressaltar a sutileza e a força expressada pelas ragas(equivalentes àquilo que no Ocidente chamamos modos ou escalas - as paletas sonoras usadas por nossos compositores). Dividida em 22 microtons, as ragasindianas irradiam uma gama de “cores” sonoras cheias de magia e encantamento, agora levadas até você pelas ondas do Musicaos. Aproveite! Desfrute esta chance única de ampliar sua escuta e constatar quão pobre e previsível é a canção nossa de cada dia! (Murilo Macari)

Musicaos 244 - Radamés Gnatalli (instrumental brasileiro)
Quando pensamos em música brasileira pensamos em música popular. Pensamos também que talvez não haja uma música brasileira com a qual toda a população possa se identificar. No entanto, a obra desconhecida de Radamés Gnatalli prova o contrário. Esse pianista e compositor gaúcho nascido em 1906 conviveu com grandes nomes da ala clássica e popular de nossa música e celebrou o mais perfeito casamento entre esses universos sonoros. Ouvindo suaBrasiliana Nº 5, baseada em temas do nosso folclore, é impossível não sentir uma grande onda nostálgica enquanto melodias tão familiares se desenvolvem e se dobram por entre os ritmos do samba, os improvisos do choro e os timbres do piano. (Isabela Abreu)

Musicaos 245 - Sá, Rodrix & Guarabyra (rock rural)
Na década de 1970, finalizada a (muito urbana) jovem guarda e em plena ditadura militar, surgiu uma tendência musical que tratava das coisas do campo, do folclore e dos interiores do Brasil. Essa linhagem de canções, inspirada no pop rocke no folknorte-americano, ficou conhecida como rock rural ou caipira progressivo. Muitos astros viajaram um pouco nessa corrente, como Milton Nascimento e Raul Seixas. Porém, quem mais se destacou, sendo consagrado pela crítica, foi o trio Sá, Rodrix & Guarabyra. Sim, o trio. Antes da dupla Sá & Guarabyra (famosa por alguns temas de novelas da Globo), houve um trio que incluía o Zé Rodrix. Foram poucos discos, mas suficientes para cristalizar o rótulo “caipira progressivo”. Então, prepare-se para relembrar ou conhecer antigas e lendárias canções: música boa, de melodias bem definidas, letras poéticas e arranjos únicos (só p’ra sair um pouco da rotina!). (Letícia Lotto)

Musicaos 246 - Kraftwerk V (música eletrônica)
Muitos ramos musicais nasceram da mais genuína experimentação, com base no que as épocas ofereciam em termos de recursos técnicos. Com a música eletrônica não foi diferente. Ela surgiu na Alemanha do início do século XX e se nutriu das inovações tecnológicas de seu tempo. No início, essa estranha música sintetizada artificialmente existia apenas em ambientes “clássicos”, de concerto. A mudança veio com Ralf Rütter e Florian Schneider, fundadores do Kraftwerk. No início da década de 1970, esses dois músicos realizaram grandes experimentações com sons eletrônicos, partiram da arte sonora mais pura, mas logo chegaram ao universo pop, sendo pioneiros na concepção do ramo musical eletrônico e com muito sucesso de público. Para saber como tudo começou, mergulhe de cabeça neste Musicaos e ouça músicas dos álbuns Kraftwerk IKraftwerk II. (Lucas Boa Viagem)

Musicaos 247 - Oskar Sala (música eletrônica)
Este Musicaos trata de um dos primeiros instrumentos musicais eletrônicos e seu grande executante. Trata-se da relação entre o trautonium e Oskar Sala. O primeiro foi inventado pelo alemão Friedrich Trautwein nas primeiras décadas do século XX. O segundo, Oskar Sala, foi o pianista, compositor e físico que se dedicou de corpo e alma ao trautonium, expandindo as incríveis capacidades do instrumento, fazendo-o conhecido e registrando seus sons em centenas de fitas magnéticas. Neste programa ouviremos músicas que resultaram dessa apaixonada relação homem-máquina: Oskar Sala e seu (já aperfeiçoado) mixtur-trautonium. Contudo, em vez da exatidão e previsibilidade da música europeia clássica, Oskar Sala faz soar expressões sonoras puras e inéditas que evocam... sensações. Por isso, muito mais do que qualquer outro tipo de música, as criações eletrônicas de Oskar Sala exigem audição atenta, pois, agora, o som é soberano; a “mensagem” é ele mesmo. Além de composições próprias para o instrumento, Sala toca Paul Hindemith, outro alemão histórico que se aventurou a navegar por sonoridades até então desconhecidas. (Lucas Thomasi)

Musicaos 248 - Oskar Sala II (música eletrônica)
Quão vastos são os limites da música! Neste Musicaos de número 248 você terá a chance de apreciar músicas do alemão Oskar Sala (1910-2002), pianista, organista e compositor (além de físico formado!) que, na década de 1930, começou a fazer experimentos com música eletrônica. Graças ao trautonium, instrumento precursor dos sintetizadores de hoje, Oskar Sala imprimiu colaboração fundamental na história da música. Aqui você ouvirá algumas dessas obras eletrônicas (com sons que estão muito além do que costumamos ouvir por aí). Os discos Impressões eletrônicas (1979)Misturas sub-harmônicas(1997) são as atrações deste segundo Musicaos dedicado ao espírito 100% inovador de Oskar Sala. (Murilo Macari)

Musicaos 249 - Wim Mertens VI (minimalismo & nova simplicidade)
Enquadrar Wim Mertens em poucas palavras se revela missão complicada, sobretudo quando tratamos de compositor de imensa discografia, com parada já obrigatória aqui Musicaos. Em plena atividade, esse belga transita muito bem entre o pop e a música de câmara, sendo por vezes incompreendido e subestimado por seus pares. Composições como Struggle for pleasure, por exemplo,têm o poder de trilha sonora, encantando ouvidos mundo afora. A batuta “erudita” de Wim Mertens aproxima o tom mais duro e seco da música-arte, exigente e requintada, com o caráter ligeiro e familiar do pop, mas sem padronizações apelativas. Música de concerto que fala direto ao coração. (Gabriel Snak)

Musicaos 250 - Wim Mertens VII (minimalismo & nova simplicidade)
O convidado deste Musicaos já é velho conhecido por aqui. Trata-se de Wim Mertens, compositor belga que iniciou sua carreira na década de 1980 e que permanece ativo até hoje, 2017, sempre demonstrando a incrível capacidade de aproximar música de concerto e popular. Wim Mertens é de difícil classificação, pois ele junta a mais contagiante melodia, que muito bem poderia embalar uma canção pop, com as mais intrincadas texturas rítmicas, contrapontísticas e harmônicas, dignas de um compositor barroco (ou de vanguarda!). Para dar liga a mistura tão incomum, Mertens utiliza suas referências minimalistas e assim nasce o repertório que o caracteriza. Neste programa histórico, de número 250, nada melhor do que os finos artesanatos sonoros desse belga atemporal. (Lucas Thomasi)

Musicaos 251 - Azymuth (instrumental brasileiro)
O que ocorre quando se juntam competentes músicos de estúdio? Bem, na década de 1970, José Bertrami, Alex Malheiros e Ivan Conti se juntaram e formaram o lendário Azymuth, grupo homenageado neste Musicaos! Originalmente, o termo azimute tem algo a ver com direção e os rapazes do Azymuth sabiam exatamente qual rumo seguir: o caminho da música instrumental com sabor brasileiro, caminho pelo qual foram consagrados pelos admiradores da boa música ao redor do mundo. Donos de arranjos refinados e grande habilidade instrumental, o Azymuth faz o mais intrincado artesanato sonoro sem, no entanto, afastar o ouvinte comum. Com arte e balanço misturam samba, pop, funk, jazz e outras coisas mais! MPB. Música popular boa? Ligue-se no Musicaos! (Lucas Boa Viagem)

Musicaos 252 - Nova música para saxofone (clássicos brasileiros atuais)
Sérgio Monteiro Freire, Silvio Tavares, Maurício Dottori, Harry Crowl, Joaquim Freire... Já ouviu falar de algum desses compositores? Certamente não. Contudo, são todos do nosso tempo e radicados no Estado do Paraná e o Musicaos de hoje faz uma viagem sonora por composições em que esses grandes artistas utilizam o saxofone como voz principal. Ouvir música nova, que foge dos padrões das mídias comerciais pasteurizantes, é experimentar novas misturas sonoras e sensações que fogem totalmente da vala comum da canção nossa de cada dia! Então, embarque conosco nesta aventura de diferentes combinações sonoras e atualize seus ouvidos aqui no Musicaos! (Letícia Lotto)

Musicaos 253 - O Ocidente encontra o Oriente (músicas do mundo)
Seria possível duas culturas tradicionais se encontrarem e resultar daí música inédita e de altíssima qualidade? Claro que sim! Nesta edição do Musicaos faremos uma viagem sonora intercontinental, em que os coloridos orientais encontram as sonoridades ocidentais em belíssimos arranjos que você só ouve aqui. Grandes compositores estão nesta viagem, com destaque para Ravi Shankar, pioneiro em divulgar a música indiana pelo mundo afora, e Alberto Marsicano, primeiro músico brasileiro a se dedicar de corpo e alma ao sitar indiano. É o mágico encontro entre Europa e Índia nesta edição do Musicaos. (Letícia Lotto)

Musicaos 254 - Vaporwave (música eletroacústica)
Ao longo das décadas, uma avalanche de novas canções vem surgindo. Aquelas que viram “sucesso” se transformam em modelos, matérias-primas para futuras criações e por aí vai. Nesta edição do Musicaos o ouvinte vai conhecer um ramo musical pop intrinsecamente relacionado com essa ideia de apropriação e transformação: o vaporwave! Essa “onda de vapor” cuida de reciclar músicas antigas, em geral das décadas de 1980 e 1990, fazendo curiosas alterações e misturas sonoras. O vaporwave, fruto da cybercultura, do compartilhamento e do anonimato, exagera e ao mesmo tempo critica o cenário musical de hoje, em que músicas são “baixadas”, compartilhadas e modificadas à vontade graças à tecnologia digital. Neste programa dedicado a misturas e apropriações (certamente indébitas) você terá o álbum que, dizem, inaugurou a estética vaporwave! (Lucas Boa Viagem)

Musicaos 255 - Wim Mertens VIII (minimalismo & nova simplicidade)
Wim Mertens, o multifacetado músico belga, está de volta ao Musicaos! Neste programa é explorada a produção musical de Mertens que remete ao estilo que mais o influenciou, motor primeiro de seu percurso musical: o minimalismo! Essa forte tendência da música de concerto do século XX se ajeitou como uma luva no talento de Mertens, que claramente foi influenciado pelo minimalista de maior evidência, Philip Glass. As constantes repetições e o fraseado curto e cantável, marcas do estilo e fortes ligações com a música de massa, permitem que o belga ajude a quebrar um pouco a “birra” que ainda existe entre música de concerto (liberta) e música pop (enquadradinha). Vale a pena ouvir! (Lucas Thomasi)

Musicaos 257 - A história do blues XIII (Howlin’ Wolf)
A música afro-americana foi de extrema importância para a história do pop ocidental, visto que deu origem a diversos estilos importantes, como o jazz, a soul musice o rock and roll. No centro dessa história está o blues e é ele que teremos nesta edição do Musicaos, na voz e talento de Howlin’ Wolf, o lobo uivante. Esse lobo marcou época por seu estilo visceral de fazer e cantar canções, tornando-se figura essencial no cenário do blues urbano que se formava. Nesta edição da história do blues, para deleite dos fãs e boa cultura dos roqueiros, teremos as mais clássicas canções de Howlin’ Wolf. (Lucas Boa Viagem)

Musicaos 258 - John Frusciante (pop-rock)
Este programa é dedicado ao guitarrista John Frusciante. Ele integrou o Red Hot Chili Peppers, mas também manteve uma interessante (mas pouco conhecida) carreira solo marcada pelo experimentalismo e constante reinvenção de sonoridades. Desde 1994, John Frusciante lançou dez álbuns que demonstram coesão e diversidade e é uma amostra disso que se ouve neste programa. Começamos com uma fase roqueira, experimental e crítica, até chegar a músicas de base eletrônica, mas igualmente livres e bem trabalhadas, sem preocupação alguma com o sucesso. Dito isto, confira aí John Frusciante, esse guitarrista e compositor que só poderia tocar aqui no Musicaos! (Gustavo Sanches)

Musicaos 259 - A história do blues XIV (Muddy Waters)
McKinley Morganfield, mais conhecido por seu lendário apelido “muddy waters”, foi um dos principais guitarristas e performers de blues da primeira metade do século XX. Considerado um dos pais do blues moderno, Waters teve a carreira consolidada na cidade de Chicago, depois de conhecer dois produtores da gravadora Chess Records, fortes incentivadores do som visceral característico do blues urbano e que, com certeza, contribuíram para que McKinley Morganfield se tornasse a lenda, o mais que essencial bluesmanMuddy Waters. Sintonize no Musicaos desta semana e mergulhe de cabeça nessas “águas barrentas” do blues! (Lucas Boa Viagem)

Musicaos 260 - Manoamanotrio (instrumental brasileiro)
A música brasileira que aparece nas mídias comerciais vai ficando cada vez mais padronizada, apelativa e desinteressante. Quem tem um pouco de senso crítico e ouvidos abertos logo constata. O que compensa um pouco essa trágica situação é o fato de termos grupos como o Manoamanotrio, feito por músicos de Curitiba que inserem frescor, muita competência e muita criatividade neste cenário, lançando raios de sol em meio a tanta neblina musical. Por isso, neste programa ouviremos, na íntegra, o belíssimo álbum Tripolar(2015), com Sérgio Albach ao clarinete, Glauco Sölter no contrabaixo e Vina Lacerda na percussão. Juntos eles nos brindam com inusitadas versões instrumentais de temas já consagrados, sem fronteiras. Sim: é música instrumental que, apesar de tudo, ainda existe e resiste. (Lucas Boa Viagem)

Musicaos 261 - Kraftwerk VI (música eletrônica)
Este é o primeiro programa Musicaos de 2018, ano em que o projeto completa dez anos de intensas atividades, em que o acervo atinge 260 programas temáticos, todos eles cheios de sons que não se ouvem por aí. P’ra iniciar esta nova década, os alemães do grupo Kraftwerk nos conduzem para mais uma hora de música eletrônica de primeira qualidade. Ouviremos na íntegra o álbum Tour de France, lançado em 2003 em comemoração aos 100 anos da famosa corrida de bicicletas que leva o mesmo nome, corrida em que o atleta se torna uma incansável máquina de pedalar, a devorar longas estradas pela França. Esta hora ininterrupta de música será assim: uma incansável viagem sonora! O pulso obstinado da música technodo grupo alemão se confundirá com as longas pedaladas do Tour de France num inesgotável frenesi sonoro que nos coloca dentro do próprio circuito. Assim, aumente o volume do seu rádio, tome fôlego e embarque nessa longa viagem, pois o Musicaos chega em 2018 com a lendária usina de força Kraftwerk! (Lucas Thomasi)

Musicaos 262 - Morton Feldman (clássicos do séc. XX)
No século XX, diversos compositores de música “séria” (artística, de fato inovadora) debandaram do sistema tonal (o velho “dó-ré-mi”) e passaram a abordar o pensamento composicional de formas alternativas. Um desses compositores foi o norte-americano Morton Feldman, pioneiro da música aleatória - indeterminada. Muito presente no cenário musical do século passado, Feldman era afiliado à escola experimental de compositores de Nova Iorque (da qual John Cage fazia parte) e desenvolveu uma sonoridade flutuante e etérea que demandou formas alternativas de notação musical. Neste programa, porém, você ouvirá composições que foram escritas com precisão, mas que mesmo assim têm um toque 100% novo, estranhíssimo, transgredindo os bons costumes da música. Descubra e se encante com essa música que foge dos padrões e que só toca aqui, no Musicaos. (Lucas Boa Viagem)

Musicaos 263 - Fausto Romitelli (clássicos do séc. XX)
O compositor italiano Fausto Romitelli, expoente da música espectral, viveu relativamente pouco, falecendo ao contar de 41 primaveras, em 2004, mas é possível dispor da companhia dele a partir das obras que ele compôs. Se agora você se pergunta o que seja uma composição ou música “espectral”, creio que a melhor coisa a fazer seja bloquear, por um instante, seus canais sensoriais e perceptivos de visão, olfato, tato e paladar e abrir os ouvidos apenas, atentando para os timbres da música de Romitelli - enérgica como o rock e informal no exercício canônico das expressões de concerto (compositor na fronteira entre gêneros, portanto). Só aqui no Musicaos você tem a chance de ampliar o conceito que tem de música e experimentar sons nunca antes ouvidos, como estes das lições I, II e III da obra Professor Bad Tripde Fausto Romitelli. Vamos para a aula? (Gabriel Snak)

Musicaos 264 - Hermeto & Aline (MPB)
A parceria entre dois artistas extremamente talentosos e versáteis só pode resultar em música de altíssima qualidade e este Musicaos é dedicado a dois desses artistas: Hermeto Pascoal e Aline Morena. Ele, alagoano, ela, gaúcha, iniciaram a parceria em 2002. A partir de então, têm juntado tradições musicais do Nordeste e do Sul do Brasil. O resultado, claro, não poderia ser melhor! Com shows realizados pelo mundo todo, os dois músicos são expoentes de uma arte sonora livre e evoluída, mas que nunca perde o toque brasileiro, o “cheiro” de nossa terra. Neste programa temos músicas dos álbuns Chimarrão com rapadura (2006), Bodas de latão (2010) e Sensações (2014), músicas que comprovam o que dizemos aqui. Então, é só sintonizar seu rádio e apreciar essas misturas sonoras refinadas e genuinamente brasileiras. (Letícia Lotto)

Musicaos 265 - Música eletroacústica brasileira V (música do séc. XX)
Nesta edição do Musicaos - “o programa que toca tudo, menos os sucessos da hora” - continuamos a jornada pelo rico e variado universo da música eletrônica e eletroacústica. Para quem está meio por fora, na música eletroacústica são usados sons e ruídos que, depois de moldados em equipamentos de áudio, resultam em músicas e peças sonoras autorais. Neste programa, apenas compositores brasileiros: Cristiano Figueiró, Frederico Richter e Rodolfo Coelho de Souza. É com eles que o corajoso ouvinte dará um passo adiante na cena eletroacústica e eletrônica. -Ah! Som dançante, house, techno, bate-estacas p’ra malhar em academia? -Nada disso! -O que é então? -Só ouvindo mesmo! (Lucas Boa Viagem)

Musicaos 266 - Rádio D’Elas (música do séc. XXI)
Já faz um século que o rádio é o meio de comunicação de massa por excelência, levando música, informação e entretenimento para milhões e milhões de pessoas pelo mundo afora. Contudo, seria possível imaginar esse veículo de comunicação não somente como meio, mas também como parte de um processo artístico? Foi este o desafio proposto a oito compositoras de diferentes países. O projeto Weaving Music for Radio by Latin American Women Composers, que em português recebeu o título de Rádio D’Elas, coordenado pelas compositoras Rafaele Andrade e Roseane Yampolschi, foi um dos oito projetos selecionados pela UNESCO, permitindo que o projeto decolasse. No início de 2018, as músicas foram apresentadas em concerto na Capela Santa Maria, em Curitiba, e agora o Musicaos transmite as peças em primeira mão! Neste programa ouviremos os trabalhos sonoros de Rafaele Andrade (Brasil), Georgina Canifrú (Chile), Tania Rubio (México) e Natalia Solomonoff (Argentina). (José Estevam Gava)

Musicaos 267 - Rádio D’Elas II (música do séc. XXI)
Já faz um século que o rádio é o meio de comunicação de massa por excelência, levando música, informação e entretenimento para milhões e milhões de pessoas pelo mundo afora. Contudo, seria possível imaginar esse veículo de comunicação não somente como meio, mas também como parte de um processo artístico? Foi este o desafio proposto a oito compositoras de diferentes países. O projeto Weaving Music for Radio by Latin American Women Composers, que em português recebeu o título de Rádio D’Elas, coordenado pelas compositoras Rafaele Andrade e Roseane Yampolschi, foi um dos oito projetos selecionados pela UNESCO, permitindo que o projeto decolasse. No início de 2018, as músicas foram apresentadas em concerto na Capela Santa Maria, em Curitiba, e agora o Musicaos transmite as peças em primeira mão! Neste segundo programa ouviremos os trabalhos sonoros de Valéria Bonafé (Brasil), Patricia Martinez (Argentina), Melissa Vargas (Colômbia) e Roseane Yampolschi (Brasil). (José Estevam Gava)

Musicaos 268 - Paul Galbraith (clássicos em novas roupagens)
Quem acompanha o Musicaos já deve ter percebido que aqui não se dá muita atenção aos repertórios clássicos ocidentais, aquela música de concerto composta dos séculos XVII a XIX, mais ou menos. Afinal, bem ou mal, todo mundo já conhece ou pelo menos sabe do que se trata. Contudo, interessa ao Musicaos quando esse repertório clássico aparece em novas roupagens. É o caso do violonista inglês Paul Galbraith que adaptou músicas de Johann Sebastian Bach e Wolfgang Amadeus Mozart para violão de oito cordas. Violão bem diferente esse que Paul usa, com uma corda adicionada no agudo e outra no grave, o que dá ao instrumento sonoridade toda especial. Que tal dar uma pausa no pop massificado de cada dia e ouvir algo diferente e inspirador? (José Estevam Gava)        

Musicaos 269 - Wendy Carlos (clássicos em novas roupagens)
Na sua missão de passar em revista as mais variadas tendências musicais surgidas ao longo do século XX, o Musicaos nos leva a 1968, ano muito importante para a música eletrônica, pois foi quando surgiram em disco os primeiros trabalhos de Wendy Carlos, nossa heroína de hoje. As roupagens eletrônicas que Wendy deu para algumas joias da música clássica renovaram, no público, o interesse por esse repertório e a vendagem de discos foi às alturas, superando todas as expectativas. Muito premiada, Wendy Carlos é referência essencial quando o assunto é música eletrônica. Por isso, neste programa vamos com o disco de estreia de Wendy Carlos, o lendário e surpreendente Switched-on Bach, na íntegra. -Hei! Você! Ligue-se em Bach! (Lucas Boa Viagem)

Musicaos 270 - Wim Mertens IX (minimalismo & nova simplicidade)
O compositor-multifacetado Wim Mertens já recebeu inúmeros tributos aqui no Musicaos, dando início a uma longa série de programas especiais. Nesta nona homenagem que fazemos ao belga, vamos explorar um pouco da música que ele fez a partir do final da década de 1990. São músicas curiosas e intrigantes, mas também evocativas e viajantes, extraídas de seis belos discos: Integer valor, If I canDer heisse breiAt home – Not at homePartes extra partesL’here du loup. É o minimalismo com pitadas de pop que só o Musicaos se habilita a tocar! (Lucas Boa Viagem)

Musicaos 271 - Wim Mertens X (minimalismo & nova simplicidade)
Nesta edição do Musicaos celebramos nossa décima homenagem ao compositor, cantor, pianista, guitarrista e musicólogo belga Wim Mertens, músico de extensa carreira, com mais de 60 álbuns já lançados e muitos shows pela Europa. Wim Mertens se destaca no cenário musical de hoje por transitar por estilos clássicos, minimalistas e pop, produzindo também trilhas sonoras para cinema e teatro, campo em que o compositor atua bastante e sempre inovando. O programa de hoje começa com músicas eletrônicas e eletroacústicas, dando provas da versatilidade desse músico e explicando porque, desde 2011, os sons dele tocam aqui no Musicaos. Se você ainda tem ouvidos abertos para a novidade, este é excelente momento de sair um pouco da rotina. (Lucas Boa Viagem)

Musicaos 272 - Música eletroacústica brasileira VI (música do séc. XX)
Neste programa vamos para mais um mergulho na produção musical avançada, criativa e transgressoramente livre. Produção nem um pouco preocupada com os modelos estéticos fixados pela indústria fonográfica e mídias comerciais (empresas que ignoram qualquer música que fuja dos padrões). Neste breve mergulho na música clássica da atualidade o ouvinte entrará em contato, certamente pela primeira vez, com obras de Jorge Antunes, por exemplo, esse ilustre desconhecido, mas de fama universal, que já há décadas entrou para a história da música como um dos pioneiros da música nova em nosso país. Além dele, outros ilustres nos trazem sons estranhos, eletroacústicos e computacionais - excelentes antídotos para a canção pop de cada dia. (José Estevam Gava)

Musicaos 274 - Marimba (timbres)
Mesmo sem ter consciência disso, você com certeza já ouviu o curioso som da marimba, instrumento de percussão de origem africana cuja história se perde no tempo. Este Musicaos explora justamente a rica e exótica sonoridade que esse misterioso instrumento propicia. Para tanto selecionamos um raro CD lançado no início deste século e que traz composições feitas especialmente para marimba solo. As interpretações ficam ao encargo das baquetas mágicas do gaúcho Gilmar Goulart. Composições inéditas em rádio e timbres exóticos? É só no Musicaos mesmo! (Lucas Boa Viagem)

Musicaos 275 - Wendy Carlos II (clássicos em novas roupagens)
Logo depois do grande sucesso obtido com seu disco de estreia (Switched-on Bach), Wendy Carlos se aventurou na produção de outro grande disco: o histórico The well-tempered synthesizer(“o sintetizador bem-temperado”). Seguindo os primeiros passos, animada com a boa aceitação do trabalho anterior, Wendy continuou o namoro com o repertório barroco, explorando ainda mais as possibilidades técnicas dos sintetizadores que ela tinha à sua disposição. The well-tempered synthesizerfoi igualmente um sucesso de vendas e é esse lendário álbum que o ouvinte terá na edição de hoje do Musicaos. Ouça e aproveite mais esta rara oportunidade de ouvir músicas antigas em roupagens totalmente novas! (Lucas Boa Viagem)

Musicaos 277 - Wim Mertens XI (minimalismo & nova simplicidade)
Wim Mertens nasceu na Bélgica, em 1953. Ele é compositor, regente, multi-instrumentista e canta com voz agudíssima num idioma inventado por ele mesmo, incompreensível para os demais. Esse talento musical já tem mais de 60 discos na praça, com músicas nos mais diferentes formatos e formações instrumentais, da percussão à orquestra sinfônica. Mertens também estudou a música minimalista norte-americana em profundidade, o que explica sua forte predileção pelo estilo. É certo que muitos compositores acadêmicos ainda torcem o nariz para a música minimalista, dizendo que ela não tem conteúdo, não tem arte; que as repetições insistentes indicam falta de ideias, falta de talento musical; que os minimalistas vendem suas músicas pela quantidade de compassos etc. ...E você ouvinte, o que acha dessa música? (José Estevam Gava)